domingo, 13 de março de 2011

Quê? Educação

"Quê? Educação." Adoro esta temática. É uma grande aventura para quem queira ocupar o seu tempo para sempre... porque o tema não se esgota. Há alguns anos atrás dediquei-me ao estudo da Educação no âmbito de uma cadeira intitulada Introdução às Ciências da Educação e Sociologia da Educação. Hoje, eu resolvi partilhar uma parte da conclusão do trabalho "Quê? Educação" com os leitores. São os dois parágrafos que se seguem.
A Educação é um âmbito de muito desenvolvimento e está presente em todo o lado. Parte de casa, para a escola, para a sociedade, para a nação e vice-versa. É uma dialéctica intencionada de um mundo que pretende algo. Cada lugar, cada história, cada cultura tem a sua própria educação ou cada educação tem a sua própria cultura e a sua própria história. Pretende-se a perfeição do homem e a sua inserção na vida em sociedade de um modo adaptado e normal. A Educação é um foro de transições que interagem com o ser, o tempo e o local onde quer que se encontre.
A Educação pode ser vista de muitas maneiras, e, sem dúvida que nada melhor que perguntarmos a nós próprios qual o conceito que temos. Todos sentimos de maneira diferente, embora tenhamos muitas semelhanças.
No fundo é uma abordagem própria que cada um interpreta à sua maneira. Um trabalho de interpretação que pode ser continuado nos sentidos - Escola, família, Sociedade, Ensino e Formação, Direitos e Deveres, Cultura, Professores, Futuro, tecnologias e Meios de Comunicação e em muitos outros sentidos quotidianos.
Os homens não necessitam da educação para sobreviver. Conseguimos viver sem educação. Esta é que não consegue ser real, se o homem estiver limitado ou não a desejar.
Somos os mesmos seres humanos com ou sem educação, quer continuemos com a mesma vida ou com outro tipo de vida diferente. O que a educação modifica é a nossa acção e os seus fluxos. Neste sentido, não posso deixar de falar de Francesco Alberoni, um sociólogo divulgado pela Bertrand Editora, que num dos seus livros fala da educação das relações da seguinte forma: "Durante a vida mudamos, o que antes nos ía bem agora já não nos serve. Novas experiências fazem nascer em nós novas exigências. Depois de ter atingido uma meta, afloram dentro de nós todos os desejos a que tivemos de renunciar. Também as pessoas que amamos se modificam. Tornam-se diferentes, desejam outras coisas, incompatíveis com as que nos agradam. Por isso se deterioram as relações (...). A solução deste problema é sempre uma redefinição de si próprio e do mundo". A educação redefine novas realidades, mais paixão e mais qualidade.
Gostei do artigo Educação: A autenticidade da personalidade humana pelo Prof. Manuel Bragança dos Santos, no O Regional de 1 de Janeiro de 2002. Concordo com o autor de que tornar humana e visível a essência única de cada um é condição para o respeito recíproco. Obrigada pela reflexão.
Como disse o "Quê? Educação" pode ser visto de muitos ângulos. Que ideia faço da educação? O que representa para mim? Estas são as questões que deixo para reflexão.
Em tempo de votos de prosperidades, pensemos no que fazem os nossos pensamentos e as nossas mãos. Bom 2002 para todos!

"Cada um de nós é uma narrativa singular, construída continuamente, inconscientemente... através das nossas percepções, nossas sensações, nossos pensamentos, nossas acções; ... Um homem precisa de tal narrativa... para manter a sua identidade, o seu ego. Se quisermos saber algo sobre um homem, perguntamos qual é a sua história." Oliver Sacks, neurologista. CB

As Mãos
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema - e são de terra.
Com mãos se faz a guerra - e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
As mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no tempo como farpas
As mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade. 
Manuel Alegre

Publicações:
Jornal O Regional, Ano LXXXI, # 2914, 12 de Janeiro de 2002, p. 9
Jornal Notícias de Cambra, # 172, 15 de Janeiro de 2002, p. 4



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