sexta-feira, 18 de março de 2011

Empreendedorismo e Inovação Internacional ICEI-GO

No âmbito da Conferência Internacional Empreendedorismo e Inovação ICEI GO!
16 e 17 de Novembro de 2009, Parque de Ciência e Tecnologia da Maia

À semelhança de alguns sites pode saltar este primeiro parágrafo panorâmico! Foi um privilégio assistir a um tema essencial para quem está a entrar no mercado de trabalho e não só, defende Roberto Branco da Beta – Sociedade Capital de Risco. O meu bichinho pela temática nasceu em 2005 com a fantástica formadora e empreendedora Dra. Rita Alexandra Verdade da Encarnação no módulo “Empreendedorismo” do curso Criação e Gestão de Empresas do Espaço Atlântico – Formação Financeira. Aliado ao conhecimento do presente Ano Europeu da Criatividade e Inovação 2009 definido pelo Conselho e Parlamento Europeu que teve o seu lançamento oficial em Praga no dia 7 de Janeiro, patente no Site Português oficial (http://criar2009.gov.pt), como cidadã activa “go” ao ICEI-GO! - Conferência Internacional Empreendedorismo e Inovação, na Tecmaia – Parque de Ciência e Tecnologia da Maia - “Best Place to Work” - um exemplo de Parques de Ciência e Tecnologia definidos pelo Dr. Paulo Miranda (IASP - International Association of Science Parks) como “santuários” no mundo. Também, “não precisamos de falar de parques grandes porque os pequenos são de grande sucesso.” Aventura pelo caminho, com gosto e surpresas, e muito conhecimento útil apreendido que para outros talvez útil só mesmo “quando tiverem necessidade dele” – como compreendi recentemente com os Prof. Francisco Restivo e Sofia Torrão da Faculdade de Engenharia do Porto, em workshops de E-learning na ANOP em Santa Maria da Feira. De seguida, o apontamento que fiz do evento.

O empreendedorismo é partilhado por todos os âmbitos e geografias mas como diz o Prof. Doutor Domingos Oliveira e Silva, Presidente do Conselho Directivo do Instituto Superior da Maia, “ainda há muitos fogos para apagar”. Na eficiência do desenvolvimento das escolas desenvolve-se um país e muitas acções neste sentido devem vincar-se desde as ciências experimentais, computadores em rede, interactividade, recursos didácticos digitais, planos de acção localizados. Para Gilbert-Rainer Gillich, da Universitatea Eftimie Murgu din Resita na Roménia, no centro da Criatividade e Inovação está a “imaginação”, “criação” e “inovação”. Já o Dr. Rui Magno da AEP deixa-nos convictos de que o empreendedorismo é a “palavra chave”, “é a solução para o que temos aí na economia portuguesa e na Europa”, “a que devia ser mais apoiada pelos governos”. Definindo-o, o Dr. Paulo Miranda transmite que ele é “inovador”, motivação, força para as pessoas saírem do seu ambiente, serem indivíduos como agentes mais produtivos e criadores; Serve para embarcar num “estádio contínuo de mudanças” e inovações tecnológicas, ser audaz, ter um ponto de equilíbrio, ter novos projectos, ter meios e amigos; é saudável transgressão empreendedora para criar sem medir esforços, sem ventos “ruins”, para alvoraçar o conhecimento científico, e alterar desafiando a cultura nova dos negócios. Requer força de interactividade de conjunto entre Universidades, Indústria e Governo. A inovação necessita de continuidade de boas iniciativas com ligação à verdadeira realidade empresarial. Nos Parques de Ciência e Tecnologia, o hexágono delimitado pelos negócios, reforço de competitividade, conhecimento de mercados, idoneidade, redes de trabalho e gestão intensiva são ideias básicas, dinâmicas e de trabalho.

Tauno Otto da Tallinn University of Technology/Technopol da Estónia falou do paradigma da Sociedade do Conhecimento, de formas da Universidade cooperar com as empresas em parcerias e inter-ajuda. Neste sentido, Amélie Perret da Universidade de Bordéus apresenta pontos essenciais como interdisciplinaridade, equipa e paixões. A sua visão é “one student for one project in one company”. Entre nós da Universidade de Aveiro, o Prof. Borges Gouveia apresentou a polivalência dinâmica e empreendedora actual da Universidade e de todas as iniciativas patentes como, por exemplo, a Incubadora de Empresas com cada vez mais grupos de alunos nas diversas áreas de intervenção, Unidade de Transferência de Tecnologia (UAtec) e outras como os Concursos de ideias, Bolseiros Galp Energia, Concursos temáticos, AUDAX entre muitos outros em movimento na Universidade. Relevância para a envolvente – space and place – “ambiente complexo mas estimulante” e relacionamento com as empresas citando a BOSH e muitas outras empresas. “Permeabilidade”, “mudança, competitividade e políticas públicas”, processos de mutação - reorganização dos cursos versando períodos nas empresas nacionais e estrangeiras, trabalhos dissertados do que se fez ou faz nas empresas coloca a exposição real próxima dos problemas concretos e cria valor. Na sua opinião, empreendedorismo visa três pontos essenciais: promoção, formação e financiamento. A “rede é fundamental”. “Fazer algo para ser só visto na nossa rua é do século passado… tem de ser nacional e internacional.” A colaboração entre Universidades diferentes, parcerias e projectos partilhados é cada vez mais um requisito assim como criar a capacidade de equipa, de voluntariado e de jogo que no comum sentido associamos ao desporto.

E seguindo os três pontos essenciais do Prof. Borges Gouveia nesta construção de ideias ouvidas, no centro da promoção está algo – o que promover? – as ideias. Para o Dr. Roberto Branco elas não são o mais importante, só por si não geram valor, o importante é levar à prática essas ideias, as pessoas, os meios, e outros. Uma “boa ideia” deve ser escrita, devidamente formatada, sucinta e sistematizada para apresentação, avaliação e acordo. Considera o triângulo oportunidade, equipa e recursos como essencial. Segundo Nelson Rocha é importante relativamente a um projecto ter ideias próprias pessoais e laborais, focalizar o negócio, concorrer a programas por exemplo do IEFP, e ser inovador relativamente ao mundo, ao que existe já.

Luís Meireles, da Biodevices - Sistemas de Engenharia Biomédica, levanta o pano dos biosensores, dos instrumentos biomédicos, dos produtos e ferramentas de análise de informação dos mais diversos tipos com exemplos concretos, afirma que as chaves de sucesso são as ideias inovadoras; equipas disponíveis a trabalhar “24 horas” com as pessoas certas nos locais certos; pessoas com experiência de trabalho prática porque só teoria “livros” pode gerar possíveis incongruências; e budgeting essencial. Percepciona que a mudança é feita com transferência tecnológica; construção de equipas sólidas; estudos de mercado pois podemos ter excelentes ideias mas sem mercado não visam futuro sustentável; definição de produtos desde garantias e certificações até à criação do próprio.

A formação empreendedora deve apostar em pessoas com algum blackground de preferência; Ser empreendedor é sempre um risco, as vocações existem, as características culturais e sociais vão sofrendo mutações e torna-se vector potenciar o seu desenvolvimento desde as mais tenras idades escolares. Inovar para diferenciar. Apoiar iniciativas de divulgação e integração. As redes são cada vez mais preciosas!

Artemis Saitakis da Grécia considera o networking essencial (família, amigos, associações, uniões, comunidades web, companhias, partidos políticos, outros – formal e/ou informal; aberto e/ou fechado) – um grupo com o interesse comum de cooperação. A implicação mudança das pessoas implica a mudança do mundo e consequentemente a mudança das networks. As oportunidades estão na informação (experiência, publicações, visitas, programas, outros), voluntariado, associativismo, influências e interesses diversos, pontes, ligações e suportes, ideias e entretenimento porque gera contacto com potenciais clientes, cria alianças estratégicas, cria mudanças pessoais, ganhamos novas ideias e incrementamos o poder das palavras na boca.

Os passos para o sucesso entre muitos aspectos referidos são definir um propósito, saber quem sou e o que faço, organizar contactos, oferecer convites, ter visões claras e reais, actividades e comunicação, abertura e transparência, excelência, continuidade e liderança. As ferramentas condutoras referidas por Artemis Saitakis são a Ciência e Parques Tecnológicos; Centros de Inovação e Tecnologia; Negócios e Incubadoras Tecnológicas; Pólos de Inovação Regional; Clusters de Índústria e Negócios; Associações Profissionais e outras; Redes Sociais (facebook, twitter, e outras) e Profissionais (LinkedIn, Biznik, Xing, Ryze, e outras); Eventos (exibições, missões de negócio, workshops, outros); e Online. Os estudos mostram que o trabalho em rede leva a maior probabilidade de sucesso. Artemis Saitakis defende no empreendedorismo e inovação três pontos fundamentais e finais com entusiasmo e suspense: “networking, networking and networking”.

Empreendedores como Fabrice Deydier com projectos muito interessantes como o Planning Medical também defende as redes e os conceitos básicos com novos pontos de vista para um novo projecto; e do Porto, Hélder Fernandes com o projecto premiado “Vigie Solutions” revela o potencial inerente com o e-learning, internacionalização, mentorização individual em cada área, docentes multidisciplinares e sessões com convidados. Diz ser essencial validar o projecto junto do mercado e não ter medo de divulgar porque o cerne é sempre único.

No Departamento de Transferência de Tecnologia da Universidade do Porto (esta em número tem 14 faculdades e 30 bibliotecas), a Dra. Maria Moura Oliveira é apologista no mesmo sentido prático dizendo que há necessidade de disseminação de novas tecnologias, estratégias de interface, mediação, fóruns, bolsas, bolsas de ideias, apoios, valorização de I&D e programas de formação. Adverte que perante o contexto de envelhecimento, consumidores mais exigentes, globalização da concorrência há papéis determinantes e canais de colaboração que vão desde os simples contactos, às redes, formação e outros. Há “sobreposição e complementaridade de competências”.

Por conseguinte, bem vindo ao espírito da Share - Associação para a Partilha de Conhecimento com Manuel dos Santos Carneiro que durante 20 anos esteve na IBM e está na Select Vedior há 12 anos na óptica das pessoas, matemático tal como eu gosta de procurar definições e características. Assim, empreendedorismo é uma “postura enquanto empresários ou colaboradores”; “comprometido com projecto mais dose de obsessão com competitividade e criação de valor”. Na prática visível para todos refere que um empregado de balcão é um empreendedor na maneira focus no cliente, na explicação que pode criar valor. Também, o simples operário é um empreendedor na medida em que pode rentabilizar a produção. Acrescenta que uma empresa quanto mais foco tiver nos empreendedores mais ganha; e naturalmente que as soft skills “aprende-se fazendo (praticando)”, e não dizendo banalidades e retórica sem conhecimento prático e científico actual fundamentado.

Os grandes diferenciadores hoje são os criativos ou que tem capacidade de gerar ideias para solucionar os desafios, que observam; que são confiantes, optimistas e contagiam a equipa; carismáticos, perseverantes, obstinados nas terefas/objectivos de projecto/vida; responsáveis – aceitam falhanços/erros e continuam a acreditar com mesma ética; apaixonados, comprometidos, duros, rijos, resilentes, pragmáticos; corajosos – depositam naquilo que acreditam; enérgicos, vivos, que actuam com iniciativa, oportunidade, perspicácia e irreverência: são obcecados pelo trabalho; boa capacidade de análise e reflexão; são idealistas mas vamos a trabalhar quando é preciso; rápidos na decisão; com ideias próprias convencem os outros; não tem medo, enfim, “são LÍDERES!” – como referiu carismaticamente o Dr. Manuel Carneiro. Já o produto diferenciado tem mercado, conhece ofertas, acrescenta valor para o cliente, satisfaz necessidades, tem papel decisivo na inovação, tem boa relação qualidade/preço, tem pessoas e recursos financeiros.

Nelson Rocha, um realista empreendedor da sua experiência defendeu a aprendizagem própria de competências empresariais, planos de negócios e saber “estar” no mercado. Quanto a planos de negócio existem “milhões deles” na Internet nas palavras do Dr. Roberto Branco. Para ele as questões que temos de ter em mente sempre é a operacionalidade rápida com teste de mercado, posições e oportunidades gerativas; incrementação de produtos de grande valor acrescentado primordial; subcontratar cedendo margens por exemplo; e são fundamentais “as pessoas” – uma equipa de sonho aumenta os ganhos descontroladamente; agregado ao crescimento com ponderação e foco no dinheiro. Na actualidade a aposta dá merecimento a produtos e restringe um pouco a aplicação a serviços. Um facto, Portugal ainda tem poucas patentes. Existem diferentes financiamentos em escala de alto a baixo risco com o tempo. A realidade é que há níveis estruturais nas fontes formais em que não é interessante o financiamento e muitas vezes tem de levar o aval da mãe ou o carro do pai para ter o aval em Portugal. Neste sentido, urge “tirar a incerteza sobre os projectos”.

Atestada a ideia desta “incerteza” porque a Dra. Maria Moura Oliveira é directa dizendo que o “local de morte” dos projectos é sem dúvida o financiamento. Os planos de financiamento tem etapas que percorrem o caminho desde a apresentação do projecto, estudo, decisão, acordo financeiro e desinvestimento, e é essencial a “propriedade intelectual regulada”. Nem sempre é fácil transmitir uma proposta de valor com resultados tangíveis. Há parcerias de sucesso Empresa – Universidade, por exemplo, a cerveja sem álcool em 2002 com a UNICER, ou com o Centro Tecnológico do Calçado entre outras. Por exemplo, Nelson Rocha, de 28 anos, vocacionado para conteúdos para televisão e Internet, com vários projectos no momento, entre eles o “Plano Geral Produções”, “Planeta Hóquei”, e outros sente dificuldade quanto ao financiamento seguro e rendimento sustentável, isto é, chegar ao fim do mês com autonomia monetária, e assim sendo tudo avançará mais lentamente.

Optimismo porque o IAPMEI, representado pela Dra. Ana Rosas, divulga algumas das iniciativas apoiadas que abrangem mais de 104 municípios do país e parcerias existentes com instituições diversas. Apresentou o Programa FINICIA, Eixos, plataformas existentes no país, formas de apoio e financiamentos. Por outro lado, os resultados nos últimos dois anos e meio foram criação de mais de 500 empresas e escrutinadas mais de 600 ideias. Pensemos todos em vir a ter mais acrescento eu, embora a selecção seja “apertada” pois existem “muitas formas de pensar sobre a mesma coisa” - refere.

Pois eu creio isso, no sentido imediato da minha abrangência no momento ter sido esta, a sua pode ser bem diferente e ainda bem! Muito informação foi revelada, muito bem expressa, empática, como já referi – muito útil - e também muito fica por dizer do que foi dito no integral da Conferência Internacional ICEI-GO. Adorei e parabéns a todos! A terminar, concluo que é bom tomarmos consciência de que há tipos de conhecimentos que podemos trabalhar desde gestão, marketing e outros para quando se tem as ideias aplicá-las; ficamos bem mais apetrechados com formação, é mais valia mesmo chegando ao fim e ver que não é aquilo que queremos ou não é aquilo que vamos fazer, aspecto referido por Florence Oliet (Biophase). Transversal em todo o empreendedorismo, inovação e criatividade associado a qualquer área é que há um patamar comum - a maior dificuldade: mudar mentalidades. A minha sugestão: seja empreendedor, inovador e criativo nas pequenas coisas da sua vida! Abertura thinkingcb recai em Emerson no pensamento «todo o homem que encontre me é superior em alguma coisa. E, neste particular, aprendo com ele.»

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