domingo, 13 de março de 2011

Que educação: o (des)emprego

O desemprego vem a disparar no país há algum tempo. São "números negros", "a falta de trabalho atinge mais de 400 mil portugueses. Desde Abril de 1998 que a lista de inscritos nos centros de emprego não registava um valor tão elevado", afirma a Revista Visão, n.º 51, de 27 de Fevereiro a 5 de Março de 2003. Estamos em clima de recessão e incertezas mas o ministro da Economia, Carlos Tavares, garante, em entrevista por escrito á Visão, que "estaremos preparados para crescer mais e melhor que a média europeia assim que a situação económica internacional melhorar". As estatísticas não enganam e traduzem a realidade da falta de trabalho nos mais diversos sectores. Desde há muito tempo, o ensino não foge a esse flagelo na sociedade actual. Note-se, ainda, que nas empresas de trabalho temporário - dirigidas para o recrutamento e selecção - nem mesmo actividades para indiferenciados aparecem facilmente. Com habilitações superiores o caso ainda piora. Pareceria mais fácil arranjar um trabalho de indiferenciados mas não é verdade. Empregar mão-de-obra com habilitações superiores não faz parte dos departamentos de pessoal ou dos recursos humanos das empresas. Certo ou errado? Aprendi que quanto mais estudos maior é a preponderância para a competição no mercado e sucesso da empresa; porém, os gestores nem sempre seguem essa máxima pela sua estranheza, remunerações solucionáveis ou qualquer outro factor aleatório.
Os empregadores não vêem com bons olhos a empregabilidade de pessoas com muitas habilitações em sectores como linhas de produção em série, por exemplo. Ainda há estranheza nesta situação e recusa de potenciais empregados que necessitam trabalhar e ficam, simplesmente, na gaveta ou em pastas de inscrições de candidatura e currículos.
Quem tem o seu trabalho quotidiano quase nem nota e passa ao lado desta realidade triste que se faz sentir entre muitas pessoas. Mas, a crise económica e de desemprego continuam instaladas na sociedade portuguesa e internacional. Como diz o jornal Público, de 19 de Março, Portugal está "mergulhado" numa "depressão económica" e assim continuará até novos ventos soprarem em novas direcções. O tempo é bom conselheiro e melhores tempos virão!

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, Ano XI, #199, 31 de Março de 2003, p. 3

Sem comentários:

Enviar um comentário