quinta-feira, 17 de março de 2011

Ajudar as pessoas idosas

Joana Marques Vidal, presidente de uma ONG - no caso a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV - http://www.apav.pt/) é concisa e peremptória: "Está nas mãos de todos" ajudar os idosos e não permitir violências seja de que tipo for, no lar, em casa, na escola, nas instituições ou outros organismos ou na praça pública.
O Ano Internacional das Pessoas Idosas foi em 1999 e muito se fez mas muito ainda há a fazer; a sensibilização foi trazida para haste pública e agora é cada vez mais debatida no meio social. Na televisão podemos ver os inúmeros cenários negativos... atrocidades cometidos por pessoas sem escrúpulos, insensíveis aos idosos e às suas limitações quotidianas. Vão desde os roubos, a negligência, a fome, os maus-tratos, o racismo, o desprezo de estatuto, a violência, ou outra singularidade imediata.
A APAV em sintonia com toda a Europa (não é o caso único o nosso país) vê a realidade da exposição a maus-tratos dos idosos e dedica atenção redobrada ao desafio. Especializa a sua intervenção, desenvolve formação com profissionais e voluntários e lança campanhas de alerta para toda a comunidade, fundamental no combate ao mal-estar dos idosos. Cada vez mais estas questões têm maior visibilidade e consciencialização devido às já "velhas" (como eu lhes chamo) questões de envelhecimento da população portuguesa.
As pessoas idosas são deixadas de lado pela sociedade cada vez mais assoberbada pelo trabalho, indicadores económicos e conjecturas políticas e familiares. Os prestadores de cuidados nem sempre têm a paciência para lhes dedicar a atenção e apoio de que necessitam. São deixadas sozinhas e vulneráveis aos outros indivíduos da sociedade marginalizada e sem senso comum amistoso. Os hospitais têm muitos casos de não presença familiar e afectuosa. Muitas vezes só as férias resolvem o problema da solidão dos idosos, que aproveitam com o melhor regalo e empenho mediante as suas limitações.
Os idosos são poços de sabedoria com as suas histórias, crenças e cultura tradicional. Temos muito a aprender com eles. Não deixe os seus idosos passar por violência como refere Joana Vidal à Notícias Magazine. Seja um elo de cidadania, uma ponte de bem-estar equilibrado dos seus idosos. Faço-lhe um apelo: denuncie a violência contra os idosos! É um crime público. É um favor que faz a todos e contribui para uma sociedade de maior encontro entre as diferentes camadas etárias e sociais, porque todas elas sofrem a sua correspondente aplicação.
Em Nova York, ano de 2005, D. Celestino Migliore diz que a Santa Sé descreve as pessoas como "os gusrdiões da memória colectiva, tutores dos relacionamentos entre as gerações e transmissores dos valores autênticos que definiram a sua existência". Nós não devemos lembrar das pessoas idosas só quando precisamos delas, assim sendo são palavras vazias de conotação. As pessoas hoje vivem mais longamente pelo que é necessário reconsideração do seu papel na sociedade actual e seu desenvolvimento. "Por conseguinte, seria bom criar uma vasta gama de oportunidades para utilizar as potencialidades, as experiências e as capacidades de tais pessoas." Além do voluntariado e do trabalho, o apreço simples e continuado com a presença das famílias deve servir para evitar a estigmatização e a exclusão.
Saiba que a "Santa Sé oferece o seu apoio às pessoas idosas através de diversos programas de assistência. Actualmente, as agências e organizações católicas em todos os continentes cuidam dos idosos em mais de 13000 sedes, incluindo mais de 500 centros na África, 3000 nas Américas e 1400 na Ásia." Um gesto em favor da humanidade! Porque todos, ou quase todos, um dia seremos também idosos. Cuidem dos vossos "velhos" com carinho e atenção. Eles merecem! Não importa o seu trajecto, importa a sua essência. Bem hajam os nossos idosos!
Publicação: Jornal Notícias de Cambra, 15 Setembro 2008

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