domingo, 20 de março de 2011

Espetáculo FAME

O Capuchinho Vermelho foi o tema do grande espetáculo de FAME Academia de Dança de Vale de Cambra (http://fame.home.sapo.pt/) no Centro Cultural de Macieira de Cambra no sábado, dia 15 de Janeiro pelas 15:30 horas.
Foi esplêndido e as crianças adoraram, assim como todos os familiares e amigos de todos aqueles que participaram no evento da Academia. A um preço simbólico os vale-cambrenses puderam assistir a ballet, ballet primary, hip hop, hip hop infantil e danças de salão com base nas cenas da história do Capuchinho Vermelho, conhecida de todos e com muitas releituras ao longo da sua existência.
A Vanessa de seis anos diz que o conto de fadas foi "muito bom". Um exemplo de uma criança que vibrou e adorou o espetáculo de bailado e música. Apesar de já ter ouvido falar muito em ballet, à semelhança de muitas outras crianças ou talvez não, nunca tinha assistido ao vivo a uma dança de ballet. Denote-se que nem todas as famílias têm oportunidade de ir aos grandes centros urbanos assistir a um "Quebra-Nozes" ou outros espetáculos do género; estas são oportunidades ímpares para a transmissão aos mais novos da cultura e desporto de qualidade que nos cerca no nosso concelho ou arredores.
É uma forma de divulgação e iniciação para todos os públicos, especialmente para os mais jovens porque adquirem opiniões formadas de gostos artísticos e valorização de todos os profissionais e seu respetivo esforço e trabalho que a eles se dedicam. Porque rezam os mais velhos, com toda a razão - "é de pequenino que se torce o pepino".
Continuem o maravilhoso mundo interageracional e interativo da dança. Gostamos imenso. Esperamos mais para o ano!

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, Ano XIX, # 364, 31 de Janeiro de 2011, p. 19

sábado, 19 de março de 2011

Passeio à Serra da Estrela e Museu do Pão

Paróquias de Macieira de Cambra e Rôge em...
Passeio à Serra da Estrela e Museu do Pão

No dia 16 de Fevereiro partiram das Paróquias de Macieira de Cambra e Rôge bem cedo o Sr. Pe. Adão Cunha com os Catequistas aliados a familiares e amigos com destino à área montanhosa mais alta do nosso país no Centro de Portugal - a Serra da Estrela. Este Parque Natural é classificado de Sítio de Interesse Comunitário pelo evidente reconhecimento para a conservação da natureza a nível internacional.
Com primeira paragem na cidade de Viseu para café e necessidades básicas a que não faltou a interacção de grupo e convívio retomaram caminho rumo à Lagoa Comprida da Serra da Estrela onde com a devida e preventiva informação o motorista profissional Rui Almeida seguiu para a Torre, com óptimas acessibilidades e bem visível o trabalho efectuado com esmero dos limpa-neves necessário e para segurança. Embora as perspectivas do tempo e condicionantes de prevenção do dia anterior impedissem a perspectiva de efectuar o trajecto, isso não aconteceu e revelou-se o melhor cenário optimista de gozar com aventura e brincadeira o ponto mais alto, provar as iguarias mais características como o Queijo da Serra, de pasta semi-mole e amanteigada, o presunto e conhecer o artesanato característico regional a que tão simpaticamente convidam os comerciantes tradicionais locais do Centro Comercial "Torre".
O toque no manto branco em alguns locais visíveis com densa altura, as bolas, as bolinhas, as porções e os blocos de neve para a diversão constaram do desafio, apenas a lamentar a duração curta que todos gostaríamos por unanimidade ver prolongada por mais tempo. Mas deu para a maioria sentir as delícias de cair na neve, levarem com ela com a maior das graças, risos e gargalhadas, sentirem a humidade e temperatura própria evidente no corpo e as condições climatéricas do local. Afinal aplica-se "é Carnaval ninguém leva a mal".
Das paisagens deslumbrantes na região que alimentam as emoções e as melhores reflexões humanas e espirituais com a sua tonalidade branca e outras, também todos satisfizeram o estômago no Parque com as suas lancheiras ou no Restaurante Típico Mirante da Estrela onde constam as tradicionais entradas (de destaque a morcela e o chouriço), a sopa (geradora de humor motivacional para as crianças porque essencial), os rojões, a chanfana devidamente acompanhada, as sobremesas, os vinhos e digestivos. No final da satisfação ainda deu tempo para espreitar as bebidas tradicionais de castanha e outras, os objectos relativos à natureza e marca própria e o vestuário em pele e lã como os gorros a que alguns não ficaram indiferentes e fotografaram o momento.
Seguindo viagem para o Museu do Pão em Seia houve recepção calorosa e animada com música e dança de grupo de folclore com trajes lindíssimos em tons de preto, vermelho e branco. Com total recomendação deste Museu representativo do património do pão português é apresentado todo o trajecto desde a origem dos cereais passando pelos processos, fases e utensílios e outros aspectos inerentes até ao produto final que é o pão que todos conhecemos, com dinamização própria para crianças pela excelente profissional Cira. O ciclo tem enfoque cultural, histórico, educativo e pedagógico espalhado pelos diversos espaços expositivos e um atelier próprio no qual as crianças puderam aprender a fazer o seu pão. Também a arte patente em exposições paralelas como a exposição fotográfica de Júlio Pereira sobre a Broa de Avintes. Possui outras valências não só comerciais como o restaurante e a mercearia (onde se podem provar os sabores do diverso pão e observar algumas decorações únicas como uma máquina de azeite antiga ou os triciclos no tecto antiquíssimos que os mais velhos e conhecedores caracterizam e explicam das realidades do seu passado) como também de lazer e saber como o bar e a biblioteca.
Relembrar objectos, histórias sociais e políticas, detalhes da cozedura do pão, observar detalhes decorativos que poderiam ser com materiais diferentes atendendo à realidade apontada de alguém mais velho conhecedor das práticas e usos antigos, cantar canções antigas escolares, trocar experiências, ideias e ligações, constatar as realidades da evolução nos processos do pão até à actualidade com o nosso movimento e comunicação foram emoções gratificantes que viverão nas mentes, especialmente dos mais jovens. Recomendável de modo particular a todos aqueles que nunca tiveram ou têm contacto com o mundo rural e/ou agrícola. Mesmo os conhecedores se surpreendem!
Posteriormente, em último recinto local acessível adquiriram-se as últimas recordações e lembranças e prosseguiu-se viagem de regresso à cidade de Vale de Cambra, com paragem intermédia. Um passeio de sucesso temporal e com animação, boa disposição e bom humor. Parabéns à organização, com especial destaque para a profissional de Relações Públicas, Ana Tavares, e a todos os participantes que com a sua presença enriqueceram os seus conhecimentos e vivências de vida e os dos seus semelhantes.
Em Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social 2010 e no mês de Fevereiro com o tema a "Pobreza é ficar indiferente", acrescento, ao "pão nosso de cada dia" e não fazer nada para evoluir, inovar e interagir directamente. É sempre melhor o caminho que se percorre do que o seu fim, quem não tem pão para comer tem tendência a não procurar cultura e conhecimento para beber mas não é por não estar acessível muitas vezes, porque o Parque, o Museu pode ser outro, pode estar do outro lado da rua de nossa casa na nossa rua e acontece que ainda uma maioria nunca o usufruiu. Perto a Exposição "Fé e Culto" no Museu Municipal de Vale de Cambra. Como diz Al Gore no filme e/ou livro que aqui tenho ao lado "Uma Verdade Inconveniente": Reze... mas mexa-se!
http://www.museudopao.pt/
http://www.2010againstpoverty.eu/

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, Ano XVIII, # 344, 28 de Fevereiro de 2010, p. 5

sexta-feira, 18 de março de 2011

Humor Internacional com Arte na Crise

 
Para quem gosta de usar a palavra “crise” e para quem não gosta e prefere utilizar outras palavras mais positivas (como eu, por exemplo) aqui vai uma ideia de um passeio genial pela invicta, na nossa Área Metropolitana, com muita boa-disposição para sozinho ou acompanhado usufruir do espaço e dos trabalhos de todo o mundo que nos proporciona o XI PortoCartoon World Festival 2009 sobre o tema “Crises”, organizado pelo Museu Nacional da Imprensa, patente até 31 de Dezembro. Está humor internacional excelente! Parabéns a todos e de modo especial a Mihai Ignat da Roménia pelo Grande Prémio.
Pelo menos quem já visitou concordará plenamente com as palavras, do folheto de divulgação e inscrito na própria exposição, de Luís Humberto Marcos, Director do Museu e do PortoCartoon, que passo a citar, «comprovou-se que não há crise no humor. Pelo contrário a crise é fermento de humor. Ela excita o humor e dá-lhe rédea solta. Faz parte da sua natureza viver das falhas, dos fracassos, dos desvios, das contradições, dos destroços… As crises sempre foram activadoras de humor. A rir não só se castigam os costumes, como se espantam os medos e se afugentam as contrariedades… Por isso o humor será sempre a última coisa a morrer.»
Em 1984, na escola primária a professora no meu boletim de informação (relíquias que ainda guardo) no item comportamento dizia algo como isto: “alegre na sala de aula e no recreio”, reflectindo bem, esta qualidade própria tem sido uma constante da minha vida nas mais diversas áreas pessoais, académicas e profissionais. Porque não defendê-la e divulgá-la? Especialmente como “cultura emocional” acessível a qualquer humano em qualquer parte do mundo… pois como diz María Reyes (a psicóloga mais lida em Portugal) no seu livro A Inutilidade do Sofrimento, «a felicidade está no riso vivido, na alegria própria e partilhada; a felicidade está em interiorizar e integrar essas aprendizagens que nos levem à descoberta da nossa própria essência.».
O humor é um aspecto fundamental da vida, valorizado mas nem sempre potenciado. «Recordemos sempre que o melhor reforço é o reforço social (o nosso reconhecimento ou o das pessoas que nos rodeiam)». Não é preciso gastar dinheiro nem comprar coisas!
Muitas vezes não necessitamos de dinheiro, a nossa vontade, imaginação, interesses, horizontes e reforços pessoais de qualidade tem o melhor prémio - ter tempo para nós próprios e fazer o que gostamos e isto ninguém consegue comprar. Quem for cliente da Caixa Geral de Depósitos tem entrada gratuita, basta apresentar um cartão ou algo identificativo de ligação à entidade porque como a Galp Energia é Mecenas do Parque de Serralves, também a Caixa Geral de Depósitos é Mecenas Oficial do PortoCartoon. Boas as grandes empresas do nosso país e «as marcas em que os portugueses mais acreditam», (estas duas e outras como a Nestlé, a HP, o cartãoVisa, Ben-u-ron, etc.) segundo análise do estudo Readers Digest Trusted Brands 2009 feito em 16 países europeus e em 14 línguas apoiarem as iniciativas humanitárias, sociais, culturais e ambientais; «a confiança pode manter casamento feliz com a inovação e a tecnologia», refere Maria Ramos Silva na revista Nós Consumistas, sobre Portugal e os Portugueses do Jornal I, edição n.º 63.
Para Reyes, que desde 1978 trabalha no âmbito da psicologia clínica, educativa e do trabalho, «favorecer o sentido de humor ajuda-nos a racionalizar e a distanciar-nos nas situações delicadas; aproxima-nos do ponto de equilíbrio; favorece a nossa criatividade, inclusive na resolução de problemas; dirige as nossas energias e aproxima-nos desse estado de felicidade e bem-estar que toda a mente sã deseja.»
No ensino, o humor na maioria das vezes deveria ser fomentado em todos os graus de ensino de qualquer país porque leva e promove melhor a aprendizagem. Quando estamos alegres aprendemos mais, superamos melhor as situações, do que quando estamos tristes, com medo ou angustiados. Como acrescenta a psicóloga «o humor é certamente o antídoto por excelência contra a doença; favorece as nossas defesas físicas e psíquicas; desenvolve o nosso equilíbrio e segurança; agudiza o nosso engenho; defende-nos dos pessimistas, dos agressivos ou déspotas, dos «tristes de solenidade» …Em suma, «o humor é um dos principais aliados da nossa vida»».
Já foram temas do PortoCartoon, a título de amostra, “A Água”, “Desporto e Sociedade”, “Eco-turismo”, “As Pontes”e “Gutenberg” - e saliento este último tema alusivo a João Gutenberg, pelo facto de ter sido ele a descobrir a “imprensa” no século XV, por volta de 1440 - influência das suas viagens, contactos e partindo da observação casual de uma prensa de lagar que deu origem à máquina “Prelo” de imprimir folhas soltas. Depois com a colaboração de Pedro Schoffer nasceu o “primeiro livro impresso - a Bíblia de 42 linhas”, como é universal; Embora se saiba que as primeiras manifestações de imprensa já tenham sido no século XI, na China. Consultei isto no meu livro de Práticas Administrativas do Ensino Básico; Uma curiosidade destes livros… tenho de dizer porque acho engraçado e divertido, comum a mim e a quem viveu esses tempos escolares… lembrar a máquina de escrever mecânica e as fichas que fazíamos insistindo na distribuição do teclado pelas mãos e dos dedos pelas teclas e muitos outros aspectos, mais valia depois na “informática” - como o conhecimento técnico é limitado e mutante! Sentir a evolução “electrónica” na pele e a necessidade de actualização constante leva-nos a “ambicionar ser melhor… a fazer mais, a ser mais, a ir mais além…” como disse a actual Ministra da Educação no mês passado, no COMCIÊNCIA no Europarque; A propósito do evento e sem escapar a oportunidade, aplaudi e louvo a “liderança e personalidade empreendedora” que muito orgulha a quem tem as suas origens no Concelho de Vale de Cambra.
Ter férias ou gozar as férias em dias grandes e agradáveis como o verão, ou mesmo em qualquer altura do ano, pode ser uma mais-valia ou não, conforme os nossos pensamentos e acção, especialmente para os mais novos. Em ano de “Criatividade” vá ao Porto - Capital do Cartoon - e como direito autêntico do Museu “o prazer da cultura”, sinta um dos maiores patrimónios mundiais em artes gráficas, e, um dos três principais festivais de desenho humorístico do mundo, todos os dias das 15h 20h, no Freixo.
É bom extrair aprendizagens «úteis» da nossa experiência e especialmente transmiti-la aos outros, não servimos para tudo mas servimos para algo. O ditado já diz «ninguém aprende com os erros dos outros»! Deste modo inovamos e geramos conhecimento. Não guarde o conhecimento para si, transmita-o e fará avançar e melhorar a comunidade local e o mundo global em que vive. Abundam e termino com um - escolhi o pensamento de Tom Bodett, autor norte-americano que tirei da Única de 20.06.2009: “Na escola, ensinam-nos uma lição e apresentam-nos um teste. Na vida, passamos por um teste que nos ensina uma lição.” Ria muito, as “crises fertilizam humor”e eu acrescentaria ao cartaz - e infinitas oportunidades! PortoCartoon World Festival 2009, um sucesso!
 
Publicação: Blog pessoal CB, em 26 de Julho de 2009

O sucesso do diálogo em diversidade social e cultural

As III Jornadas de Museologia sob a égide “Diversidade Cultural, um desafio museológico” ultrapassaram as minhas expectativas de qualidade. Com uma excelente organização e reputados oradores trouxeram a debate questões que inundam a todos no seu quotidiano, e nem sempre paramos para reflectir ou dar a reflectir. Não sendo nem trabalhando na área museológica sai mais “calórica” com a partilha de que todos temos a aprender uns com os outros infinitamente, que devemos estar abertos a outras culturas porque é enriquecedor, aprendemos e nos tornamos pessoas mais ricas congregando saberes em absoluto.
Vivemos o pluralismo e diversidade cultural de cidadania a cada momento nas nossas vidas porque embora a maior comunidade em Portugal seja a brasileira, existem em Portugal pessoas provenientes de mais de 150 nacionalidades o que é deveras impressionante. Somos um país de emigração. Como disse o Dr. Duarte Miranda Mendes (Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural) “a nossa massa humana é intercultural” e falar dela também é falar do combate ao racismo. Temos grandes referências mas muitas vezes nos “media” a nacionalidade não é o eixo essencial da notícia. Tende-se a confundir muitas vezes árvores com floresta.
Eis alguma miscelânea útil ao que eu chamo “universo de museus”. O que fazem? Mexem-se; conjugam esforços; jogam com iniciativas formais e informais; fazem parcerias; têm actividades; “tardes interculturais” sobre os mais curiosos, actuais e interessantes temas onde primariamente buscam testemunhos de rua como forma de suscitar o debate; convidam à reflexão; seguem estratégias de trabalho para todo o tipo de pessoas e especificidades “capitais”; elaboram projectos fabulosos, criativos e dedicados; seleccionam objectos, ideias próprias, práticas, jogos, itinerários, guias adequados ao momento; desenvolvem oficinas educativas, trabalhos no terreno, recreações históricas, figuração, narrativas; envolvem imaginários trabalhos de recolha; preparações multimédia, métodos de comunicação; Proporcionam visitas virtuais, conteúdos on-line; juntam finalistas, projectos, universidades e as mais diversificadas entidades; têm indicadores quantitativos e qualitativos; e, sem fim, estão cada vez mais centrados nos visitantes e na pessoa como centro da instituição. Basta ter participado em “Serralves em Festa! 20 Anos10” para sentir o universo museológico e suas dinâmicas contemporâneas.
Os museus são “artefacto social”. Podem actuar como “lugares de memória, descoberta, imaginação, criatividade”. Cada qual tem a sua missão que se constrói e constrói-se com os parceiros, com “pessoas recurso”. Tornar as coisas divertidas depende de nós próprios, daquilo que partilhamos e daquilo que nos é dado a partilhar - “ir ao Museu é divertido! Por isso quero ir mais vezes ao Museu”! Cada “ponto O” tem uma enorme rede de significados e sentidos possíveis para cada indivíduo. Existem múltiplas releituras. Não há “cristalização”. Há uma infinidade de possibilidades. Histórias que não se contam… Todo o museu é uma “construção humana”. Existem contextos críticos e mais vulneráveis que outros porém há sempre solução com abordagens de oficinas práticas e directas com as pessoas certas com conhecimentos transversais, até divertidas, de propósitos e senso comum para atingir o objectivo da sensibilização para o essencial que se pretende atingir, como dizia alguém no debate “para não sentir que estão no tal patamar”.
O maior motivo para visitar museus é a “aprendizagem”. As abordagens a determinadas idades são fundamentais. Por exemplo, falar de dinheiro aos 3 anos a uma criança é raciocínio matemático que perdurará ao longo de toda a vida com diferentes complexidades. Cada um constrói os seus próprios significados; É um pouco como a arte contemporânea que é contemporânea de quem a produz e também “fascinante mas extremamente subjectiva”.
Foi excelente também ouvir a filosofia das ideias quotidianas que nos fazem avançar na vida e na inovação de algo, como a simples ideia básica de tudo aquilo que constitui uma dificuldade nós podemos transformar num desafio. O talento não entra em crise! Admitir que precisamos de aprender, que erramos, reflectir as nossas práticas é o nos devemos propor fazer em qualquer campo. A referência ao eminente Bento de Jesus Caraça levou-me o pensamento às cadeiras e bancos da faculdade onde o “erro” era tão amplamente defendido. Ideal: buscar sempre melhoria contínua.
Ficar a saber que as “novas fábricas do século XXI são os call-centers” com requinte da sofisticação… dá muito que pensar, dando exemplo de “Vera Cruz”, uma apropriação de espaços cada vez mais evidente.
Agrada-me conhecer pela voz da Dra. Sofia Lopes (Museu do Oriente) que as minorias étnicas cada vez mais lavram terreno de direito. Por exemplo, o caso dos invisuais que tiveram contacto com objectos reais na exposição táctil “O Oriente na Ponta dos Dedos” que teve colaboração com a Biblioteca Nacional. A nossa realidade é muito estanque. Saber que na minha cidade americana preferida - Nova Iorque - os doentes de Alzheimer ou “acamados” vão ao museu é maravilhoso. Absolutamente formidável. Aqui pensamos nisso? Utopias bem consideráveis. Obrigada Professora Doutora Fátima Lambert (Escola Superior de Educação do Porto) por este olhar que desconhecia, ainda que muito futurista em Portugal, mas esperançoso sobre as patologias e velhice menos convencionais em que há quem ache que quase nada é possível. Incrementou ainda mais o conhecimento positivista de uma voluntária de terreno.
Adoro quando os clientes colocam boas questões, tais que me fazem procurar respostas em diferentes áreas técnicas e científicas. A consequência directa é que integramos e geramos conhecimento real ao nosso redor. Muito positivo! Haverá opiniões discordantes, até de querer mudar de assunto, especialmente aquelas que se agarram a ideias orais ou exemplos semelhantes sem fundamento científico actualizado. Note-se que mesmo na dita imagem de semelhança existem muitos argumentos. Como visitantes de museus ou, melhor, de qualquer instituição de qualquer índole, coloquemos boas questões! Criemos “impacto” profundo!!! Acho que já vi este filme numa sala de cinema do nosso país… Mais… Como o filme, também pode chegar a nossa casa o museu. Pode chegar à nossa Escola, Junta, Câmara, Centro Cultural, Biblioteca,... com eixos de exposições com propósitos definidos. Referia o Dr. José Gameiro (Director do Museu Municipal de Portimão) “mudanças de paradigma”… Compete-nos a cada um agir porque a “sustentabilidade de públicos é local”, diz a Prof. Dra. Alice Semedo, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E remato com a Dra. Suzana Menezes (Museu da Chapelaria): “Digam-nos o que vocês precisam…”
Brilhante! Dra. Isabel Victor (Directora do Museu do Trabalho Michel Giacometti) a sua expressão “bilhetes postais no tempo” é divina porque adoro postais, agora já ultrapassados pelos e-cards… pois…”cidadão-cliente” eclético! Estamos no século da comunicação e há um problema enorme de incomunicabilidade… pais pensarem que os filhos não tem roupa apropriada para ir a um museu numa visita de estudo de escola já aconteceu num bairro x do nosso país, incrível, não faz muito sentido, não faz nenhum sentido para muitas pessoas com a minha abertura. “Isto é dramático”! No entanto ainda há muito quem pense que num museu só entram “instruídos”, “académicos”, … vêem o espaço como intimidador. A ignorância faz mal à saúde! Temos de nos apropriar e usufruir dos espaços. Criar e transmitir isto aos novos públicos é essencial. Muitas vezes as pessoas não vão porque não foi criada oportunidade. Tantas vezes está do outro lado da rua e não o conhecemos. Gostaria de conhecer o seu Museu Regional? Faça-o!
É banal dizer isto mas é um facto: todos temos alguma incapacidade em alguma coisa. Obviamente um somatório de coisas boas não muda as realidades mas persistir, persistir, persistir e criar o lastro desejado é alcançável. Foi um privilégio e prazer ter participado nesta nobre iniciativa do Museu da Chapelaria. Visitem museus, exposições, galerias! Muitas vezes as obras não têm que ter um significado. Parabéns à organização e às pessoas que fizeram das Jornadas uma realização memorável de diversidade.

Publicação: Blog pessoal CB, em 8 de Julho de 2009

Douro Azul - Património e Lazer Educativo


Quando participamos de experiências enriquecedoras, ficamos mais permeáveis a notícias que se relacionam com essas mesmas experiências. É o caso da empresa Douro Azul que conheci quando participei num Cruzeiro no rio Douro no final de Junho.
Há escolas com excelentes profissionais que realizam eventos únicos e fazem as crianças acreditar que nada é impossível basta ter objectivos determinantes e estratégias bem definidas. Uma escola fazer o seu final de ano lectivo com um Cruzeiro no Douro não é para qualquer Escola Básica do 1.º Ciclo de Entre Douro e Vouga, porque exige grande número de alunos, angariação de fundos visto que não é um passeio acessível aos alunos mais desfavorecidos monetariamente se não tiverem rifas ou outras formas, movimentação e empenho constante, contacto directo com as famílias dos alunos e muitos outros aspectos organizativos.
Quando há “clientes” do âmbito laboral que não nos conhecendo pessoalmente só a nível profissional actual nos convidam para acompanhar o seu filho é especial para a minha humanidade de “ser” pessoa entre as pessoas. Desse convite, foi um privilégio acompanhar professores, alunos, familiares dos alunos, amigos nesta aventura - no meu primeiro cruzeiro - foi fantástico! Fez-me lembrar a maravilhosa Professora Teresa de Aveiro que tive na Escola Primária de Santa Cruz que organizou um passeio a S. Jacinto de lancha, onde até deixei cair o meu sapato à água recuperado quase de imediato e ainda bem! Pois é…travessuras da criança que fui! Lembro-me que também fizemos um pequeno trajecto de comboio porque creio que ninguém teria também andado nesse meio de transporte na altura. Conhecer o “meio” e saber usufruir dele é fundamental e quem toma iniciativa, especialmente para com as mais tenras idades que estão a despertar e tem sede de experimentar, nesse sentido merece todo o apreço, consideração e apoio.
Adorei o cruzeiro pelo acolhimento, convívio, reflexão que proporciona, actividades planeadas pelos professores e alunos - de música, dança, entrega de certificados/prémios aos alunos que mais se destacaram em determinado campo durante o ano - pelas regalias inerentes e porque embora já conhecesse o Douro pelos trajectos de carro nos pontos mais marcantes entre Vila Nova de Gaia/Porto até Barca D’Alva, ficar com a perspectiva da natureza e movimento nas próprias águas do Douro é único. Temos um património muito rico e com muito potencial para o Mundo. A vegetação, as margens e infra-estruturas, os transportes, a arquitectura das casas e edifícios, as pontes, as barragens, a gastronomia são um poder.
Tudo isto veio a propósito da notícia no Jornal de Negócios de 24 de Julho, onde Mário Ferreira, Presidente da Douro Azul e único dono da empresa, dizia que “a grande novidade são os turistas israelitas (…) Por nacionalidades, os oriundos dos Estados Unidos lideram agora a lista de dormidas nas embarcações da Douro Azul (…) turistas austríacos para cruzeiros de uma semana no Douro, entre Abril e Outubro do próximo ano. (…) Temos já clientes para 2011 para um novo barco no Douro. (…) [negócio futuro] um navio-hotel para o rio Amazonas, naquela que marcaria a estreia da empresa na internacionalização. (…) A embarcação até já tem nome: Royal Amazon. (…) A empresa opera uma dúzia de barcos no rio Douro, dos quais quatro navios-hotel”. O “Douro” fica perto… mas falando de um modo genérico, Portugal tem muito potencial, é um destino turístico de excelência, e nós portugueses devemos valorizar o que de melhor temos para oferecer a quem nos visita. Acho lamentável ouvir comentários de que não prestamos porque revela total ignorância dos trunfos que Portugal tem e dos prémios que ganha no exterior - até ultimamente noticiado os nossos vinhos portugueses ganharam bastantes medalhas em ouro e outras. Este é só um “ponto forte” que aponto que me lembrei agora porque temos muitos outros!
Boas Férias!

Publicação: Blog pessoal CB, em 1 de Agosto de 2009.

Saúde, Mobilidade e Life Cycle

A propósito da “Semana Europeia da Mobilidade” que decorre de 16 a 22 de Setembro de 2009, a minha lembrança interessada no tema da “MOBILIDADE”, com caderno de apontamentos.
Lifecycle keep on cycling! Life Cycle bicicleta é vida! O “Life Cycle” é um projecto do Programa Europeu de Saúde Pública da União Europeia. Muito a dizer com este slogan a nível mundial e a nível do nosso distrito de Aveiro. O seminário com o tema “A Saúde e a Bicicleta - Projecto Life Cycle. A Bicicleta é Vida!” teve lugar no dia 7 de Abril de 2009 - Dia Mundial da Saúde - em Aveiro no Centro de Congressos. Aprendi muito com a participação na iniciativa onde foi levada a cabo a Apresentação Oficial do Projecto “Life Cycle”.
Um pequeno parêntesis para frisar que o que transmito é uma gota no oceano do que foi expresso. Os meus parabéns a todos, oradores (que refiro e não refiro neste texto), organização, entidades e personalidades que “apadrinham” iniciativa. Também, ao meu distrito: Parabéns AVEIRO (1759-2009) pelos 250 anos! A nossa “Veneza Portuguesa”! Esperemos que não venha um dia na capa da Revista National Geographic que tenho aqui ao lado a dizer “Salvar Aveiro” como vem na capa “Salvar Veneza”, este mês! [Risos] «O mundo ama a encantadora cidade…»
Com o Eng. Mário Alves surpreendi-me com os números. Paris tem 25 000 bicicletas… Decorrem campanhas em várias partes do mundo, alguns exemplos: Alemanha “bike to work”; Liechtenstein - “um país muito pequenino” - sensibilização de pais e crianças; Áustria… A Federação Portuguesa de Ciclismo tem 20 mil membros. E, a falta de exercício físico, as emissões e os acidentes são três factores que apesar dos avanços da medicina levará a que esta geração poderá viver menos.
Com o exímio Moderador de debate, Dr. João Terrível, Director do Centro de Saúde de Aveiro, ouvi falar do Conselho Empresarial Mundial e do Brasileiro. Números como gosto: em 2030 o dobro de 30% vivem em cidades. Números que dão que pensar, ainda melhor para a mente!
Com o Dr. José António Nobre Santos, Director do Serviço de Cardiologia do Hospital D. Pedro, Aveiro, na sua exposição “Coração… Relógio da Vida” recebi atentamente o conhecimento da “Carta Europeia do Coração” - Carta Europeia para a Saúde do Coração. Tabaco, álcool (a maior taxa per capita do Mundo situa-se nos 20-30 anos), diabetes, vantagens pessoais e laborais do exercício, alimentação “colorida” foram alguns dos muitos pontos focados. Apresentou actividades específicas como aeróbica, saltar à corda, dança, corrida, natação, marcha, ténis… Terminou de forma excelente com o filme intitulado “bicicleta”.
Com a Prof. Dra. Margarida Coelho da Universidade de Aveiro - “O contributo da Bicicleta para uma Mobilidade Sustentável” - foi mobilizador. Os aspectos reais de que a mobilidade é “cada vez menos pendular” - do tipo “casa-trabalho-casa” - pois as pessoas vão a outros sítios; o automóvel vs “status” social; os casos como Paris, Bruxelas, Holanda - especificamente da cidade de Amesterdão que é a “cidade das bicicletas”, de Copenhaga na Dinamarca, de Espanha com referência a Saragoça, Barcelona e Madrid; de Itália, de Denver nos E.U.A. e do Brasil - conhecimento global muito abrangente e motivador. E Portugal? Massa Crítica é imprescindível.
“A Bicicleta Saudável” defendida pelo Médico, Dr. Basil Ribeiro, relevou a problemática do sedentarismo e suas implicações: situações cardíacas, cancro, diabetes, depressão, …; Abordou diferentes tipos de exercícios com fins específicos com regras de “duração – frequência – intensidade” semanal, diária com médias estipuladas e equiparação entre algumas das várias modalidades como bicicleta, ténis, danças de salão e jardinagem, caminhar, jogging, aspirar/lavar vidros… Defendeu que a “actividade física espontânea diária” é muito importante; a “obesidade é a doença do século” e que “a longevidade está a encurtar”. Falou das actividades mais adequadas e das actividades a evitar em mulheres grávidas e idosos. Simples e fácil, uma sugestão excelente para muitas pessoas, porque não?! “Passear o cão!” Eu pessoalmente já o fiz no Luxemburgo com o dos amigos.
Com o Dr. Simões Pereira, Director do Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Nutrição do Hospital D. Pedro, com “Pedalar contra a Obesidade” fomos ao fulcro da “obesidade, epidemia global do século XXI” e que ficamos a saber que “metade da nossa população tem um peso anormal”. Desde a etiologia, ao ambiente e outros factores da obesidade, foi referência o IMC - Índice de Massa Corporal e a diferença que existe no conceito de peso saudável e peso normal. Um pensamento final aliciante “Corpulence is not only a disease itself, but the harbinger of others” de Hipócrates.
Com o Prof. Dr. José Alberto Duarte da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, a mensagem de que “a dose faz o veneno!” é para tudo. Fez a diferenciação entre estilo de vida activo versus sedentário. No activo deixa situações tão simples diárias como cozinhar, lavar e preparar vegetais, subir escadas, passar a ferro, levantar e mudar de canal e muitas outras. Necessitamos de pelo menos 30 minutos/dia de uma actividade de intensidade moderada. Com excelente realidade de remate que aplaudi “Uma actividade para a qual fomos preparados: MOVIMENTO.”
Do debate muitos aspectos foram focados já patentes acima e outros correlacionados como especificidades da fruta em determinadas patologias, e, especialmente o processo formativo/informativo do uso da bicicleta. Life Cycle destina-se a todos! Mudar comportamentos de mobilidade a pensar na saúde, no ambiente e no lazer é uma aposta cada vez mais necessária. Não precisamos de ser todos fantásticos e ir de Santa Maria da Feira ou S. João da Madeira à Vista Alegre como alguns colegas engenheiros faziam; nem ir de Oliveira de Azeméis a Fátima como alguns clientes. Não precisamos de ser profissionais ou praticantes intensivos. Cada qual com o seu ritmo. Bastará a percepção da realidade actual e acções adaptadas a cada circunstância e contexto.
Uma lição importante é que “movimento” com “trabalho de equipa” implica “interdisciplinaridade” o que é essencial para gerar inovação e valor em qualquer área e local. Saúde, Mobilidade, Alimentação e Actividade física andam de mãos dadas.
Boa Semana Europeia da Mobilidade! Ande de bicicleta, e deixe o carro em casa sempre que possível!
http://www.apambiente.pt/divulgacao/Projectos/SemanaEuropeiaMobilidade/Paginas/default.aspx
http://www.mobilityweek-europe.org/
http://www.lifecycle.blogspot.com/
http://www.lifecyle.cc/
http://www.lifecycle-aveiro.blogspot.com/
http://www.dgs.pt/
http://beycle.com/
http://www.who.int/countries/prt/en
http://ec.europa.eu/eahc

No âmbito do Seminário Saúde e Bicicleta - Life Cycle: a Bicicleta é Vida!
7 Abril 2009 - Centro de Congressos de Aveiro
Pelouro da Saúde e da Mobilidade - Câmara Municipal de Aveiro

Empreendedorismo e Inovação Internacional ICEI-GO

No âmbito da Conferência Internacional Empreendedorismo e Inovação ICEI GO!
16 e 17 de Novembro de 2009, Parque de Ciência e Tecnologia da Maia

À semelhança de alguns sites pode saltar este primeiro parágrafo panorâmico! Foi um privilégio assistir a um tema essencial para quem está a entrar no mercado de trabalho e não só, defende Roberto Branco da Beta – Sociedade Capital de Risco. O meu bichinho pela temática nasceu em 2005 com a fantástica formadora e empreendedora Dra. Rita Alexandra Verdade da Encarnação no módulo “Empreendedorismo” do curso Criação e Gestão de Empresas do Espaço Atlântico – Formação Financeira. Aliado ao conhecimento do presente Ano Europeu da Criatividade e Inovação 2009 definido pelo Conselho e Parlamento Europeu que teve o seu lançamento oficial em Praga no dia 7 de Janeiro, patente no Site Português oficial (http://criar2009.gov.pt), como cidadã activa “go” ao ICEI-GO! - Conferência Internacional Empreendedorismo e Inovação, na Tecmaia – Parque de Ciência e Tecnologia da Maia - “Best Place to Work” - um exemplo de Parques de Ciência e Tecnologia definidos pelo Dr. Paulo Miranda (IASP - International Association of Science Parks) como “santuários” no mundo. Também, “não precisamos de falar de parques grandes porque os pequenos são de grande sucesso.” Aventura pelo caminho, com gosto e surpresas, e muito conhecimento útil apreendido que para outros talvez útil só mesmo “quando tiverem necessidade dele” – como compreendi recentemente com os Prof. Francisco Restivo e Sofia Torrão da Faculdade de Engenharia do Porto, em workshops de E-learning na ANOP em Santa Maria da Feira. De seguida, o apontamento que fiz do evento.

O empreendedorismo é partilhado por todos os âmbitos e geografias mas como diz o Prof. Doutor Domingos Oliveira e Silva, Presidente do Conselho Directivo do Instituto Superior da Maia, “ainda há muitos fogos para apagar”. Na eficiência do desenvolvimento das escolas desenvolve-se um país e muitas acções neste sentido devem vincar-se desde as ciências experimentais, computadores em rede, interactividade, recursos didácticos digitais, planos de acção localizados. Para Gilbert-Rainer Gillich, da Universitatea Eftimie Murgu din Resita na Roménia, no centro da Criatividade e Inovação está a “imaginação”, “criação” e “inovação”. Já o Dr. Rui Magno da AEP deixa-nos convictos de que o empreendedorismo é a “palavra chave”, “é a solução para o que temos aí na economia portuguesa e na Europa”, “a que devia ser mais apoiada pelos governos”. Definindo-o, o Dr. Paulo Miranda transmite que ele é “inovador”, motivação, força para as pessoas saírem do seu ambiente, serem indivíduos como agentes mais produtivos e criadores; Serve para embarcar num “estádio contínuo de mudanças” e inovações tecnológicas, ser audaz, ter um ponto de equilíbrio, ter novos projectos, ter meios e amigos; é saudável transgressão empreendedora para criar sem medir esforços, sem ventos “ruins”, para alvoraçar o conhecimento científico, e alterar desafiando a cultura nova dos negócios. Requer força de interactividade de conjunto entre Universidades, Indústria e Governo. A inovação necessita de continuidade de boas iniciativas com ligação à verdadeira realidade empresarial. Nos Parques de Ciência e Tecnologia, o hexágono delimitado pelos negócios, reforço de competitividade, conhecimento de mercados, idoneidade, redes de trabalho e gestão intensiva são ideias básicas, dinâmicas e de trabalho.

Tauno Otto da Tallinn University of Technology/Technopol da Estónia falou do paradigma da Sociedade do Conhecimento, de formas da Universidade cooperar com as empresas em parcerias e inter-ajuda. Neste sentido, Amélie Perret da Universidade de Bordéus apresenta pontos essenciais como interdisciplinaridade, equipa e paixões. A sua visão é “one student for one project in one company”. Entre nós da Universidade de Aveiro, o Prof. Borges Gouveia apresentou a polivalência dinâmica e empreendedora actual da Universidade e de todas as iniciativas patentes como, por exemplo, a Incubadora de Empresas com cada vez mais grupos de alunos nas diversas áreas de intervenção, Unidade de Transferência de Tecnologia (UAtec) e outras como os Concursos de ideias, Bolseiros Galp Energia, Concursos temáticos, AUDAX entre muitos outros em movimento na Universidade. Relevância para a envolvente – space and place – “ambiente complexo mas estimulante” e relacionamento com as empresas citando a BOSH e muitas outras empresas. “Permeabilidade”, “mudança, competitividade e políticas públicas”, processos de mutação - reorganização dos cursos versando períodos nas empresas nacionais e estrangeiras, trabalhos dissertados do que se fez ou faz nas empresas coloca a exposição real próxima dos problemas concretos e cria valor. Na sua opinião, empreendedorismo visa três pontos essenciais: promoção, formação e financiamento. A “rede é fundamental”. “Fazer algo para ser só visto na nossa rua é do século passado… tem de ser nacional e internacional.” A colaboração entre Universidades diferentes, parcerias e projectos partilhados é cada vez mais um requisito assim como criar a capacidade de equipa, de voluntariado e de jogo que no comum sentido associamos ao desporto.

E seguindo os três pontos essenciais do Prof. Borges Gouveia nesta construção de ideias ouvidas, no centro da promoção está algo – o que promover? – as ideias. Para o Dr. Roberto Branco elas não são o mais importante, só por si não geram valor, o importante é levar à prática essas ideias, as pessoas, os meios, e outros. Uma “boa ideia” deve ser escrita, devidamente formatada, sucinta e sistematizada para apresentação, avaliação e acordo. Considera o triângulo oportunidade, equipa e recursos como essencial. Segundo Nelson Rocha é importante relativamente a um projecto ter ideias próprias pessoais e laborais, focalizar o negócio, concorrer a programas por exemplo do IEFP, e ser inovador relativamente ao mundo, ao que existe já.

Luís Meireles, da Biodevices - Sistemas de Engenharia Biomédica, levanta o pano dos biosensores, dos instrumentos biomédicos, dos produtos e ferramentas de análise de informação dos mais diversos tipos com exemplos concretos, afirma que as chaves de sucesso são as ideias inovadoras; equipas disponíveis a trabalhar “24 horas” com as pessoas certas nos locais certos; pessoas com experiência de trabalho prática porque só teoria “livros” pode gerar possíveis incongruências; e budgeting essencial. Percepciona que a mudança é feita com transferência tecnológica; construção de equipas sólidas; estudos de mercado pois podemos ter excelentes ideias mas sem mercado não visam futuro sustentável; definição de produtos desde garantias e certificações até à criação do próprio.

A formação empreendedora deve apostar em pessoas com algum blackground de preferência; Ser empreendedor é sempre um risco, as vocações existem, as características culturais e sociais vão sofrendo mutações e torna-se vector potenciar o seu desenvolvimento desde as mais tenras idades escolares. Inovar para diferenciar. Apoiar iniciativas de divulgação e integração. As redes são cada vez mais preciosas!

Artemis Saitakis da Grécia considera o networking essencial (família, amigos, associações, uniões, comunidades web, companhias, partidos políticos, outros – formal e/ou informal; aberto e/ou fechado) – um grupo com o interesse comum de cooperação. A implicação mudança das pessoas implica a mudança do mundo e consequentemente a mudança das networks. As oportunidades estão na informação (experiência, publicações, visitas, programas, outros), voluntariado, associativismo, influências e interesses diversos, pontes, ligações e suportes, ideias e entretenimento porque gera contacto com potenciais clientes, cria alianças estratégicas, cria mudanças pessoais, ganhamos novas ideias e incrementamos o poder das palavras na boca.

Os passos para o sucesso entre muitos aspectos referidos são definir um propósito, saber quem sou e o que faço, organizar contactos, oferecer convites, ter visões claras e reais, actividades e comunicação, abertura e transparência, excelência, continuidade e liderança. As ferramentas condutoras referidas por Artemis Saitakis são a Ciência e Parques Tecnológicos; Centros de Inovação e Tecnologia; Negócios e Incubadoras Tecnológicas; Pólos de Inovação Regional; Clusters de Índústria e Negócios; Associações Profissionais e outras; Redes Sociais (facebook, twitter, e outras) e Profissionais (LinkedIn, Biznik, Xing, Ryze, e outras); Eventos (exibições, missões de negócio, workshops, outros); e Online. Os estudos mostram que o trabalho em rede leva a maior probabilidade de sucesso. Artemis Saitakis defende no empreendedorismo e inovação três pontos fundamentais e finais com entusiasmo e suspense: “networking, networking and networking”.

Empreendedores como Fabrice Deydier com projectos muito interessantes como o Planning Medical também defende as redes e os conceitos básicos com novos pontos de vista para um novo projecto; e do Porto, Hélder Fernandes com o projecto premiado “Vigie Solutions” revela o potencial inerente com o e-learning, internacionalização, mentorização individual em cada área, docentes multidisciplinares e sessões com convidados. Diz ser essencial validar o projecto junto do mercado e não ter medo de divulgar porque o cerne é sempre único.

No Departamento de Transferência de Tecnologia da Universidade do Porto (esta em número tem 14 faculdades e 30 bibliotecas), a Dra. Maria Moura Oliveira é apologista no mesmo sentido prático dizendo que há necessidade de disseminação de novas tecnologias, estratégias de interface, mediação, fóruns, bolsas, bolsas de ideias, apoios, valorização de I&D e programas de formação. Adverte que perante o contexto de envelhecimento, consumidores mais exigentes, globalização da concorrência há papéis determinantes e canais de colaboração que vão desde os simples contactos, às redes, formação e outros. Há “sobreposição e complementaridade de competências”.

Por conseguinte, bem vindo ao espírito da Share - Associação para a Partilha de Conhecimento com Manuel dos Santos Carneiro que durante 20 anos esteve na IBM e está na Select Vedior há 12 anos na óptica das pessoas, matemático tal como eu gosta de procurar definições e características. Assim, empreendedorismo é uma “postura enquanto empresários ou colaboradores”; “comprometido com projecto mais dose de obsessão com competitividade e criação de valor”. Na prática visível para todos refere que um empregado de balcão é um empreendedor na maneira focus no cliente, na explicação que pode criar valor. Também, o simples operário é um empreendedor na medida em que pode rentabilizar a produção. Acrescenta que uma empresa quanto mais foco tiver nos empreendedores mais ganha; e naturalmente que as soft skills “aprende-se fazendo (praticando)”, e não dizendo banalidades e retórica sem conhecimento prático e científico actual fundamentado.

Os grandes diferenciadores hoje são os criativos ou que tem capacidade de gerar ideias para solucionar os desafios, que observam; que são confiantes, optimistas e contagiam a equipa; carismáticos, perseverantes, obstinados nas terefas/objectivos de projecto/vida; responsáveis – aceitam falhanços/erros e continuam a acreditar com mesma ética; apaixonados, comprometidos, duros, rijos, resilentes, pragmáticos; corajosos – depositam naquilo que acreditam; enérgicos, vivos, que actuam com iniciativa, oportunidade, perspicácia e irreverência: são obcecados pelo trabalho; boa capacidade de análise e reflexão; são idealistas mas vamos a trabalhar quando é preciso; rápidos na decisão; com ideias próprias convencem os outros; não tem medo, enfim, “são LÍDERES!” – como referiu carismaticamente o Dr. Manuel Carneiro. Já o produto diferenciado tem mercado, conhece ofertas, acrescenta valor para o cliente, satisfaz necessidades, tem papel decisivo na inovação, tem boa relação qualidade/preço, tem pessoas e recursos financeiros.

Nelson Rocha, um realista empreendedor da sua experiência defendeu a aprendizagem própria de competências empresariais, planos de negócios e saber “estar” no mercado. Quanto a planos de negócio existem “milhões deles” na Internet nas palavras do Dr. Roberto Branco. Para ele as questões que temos de ter em mente sempre é a operacionalidade rápida com teste de mercado, posições e oportunidades gerativas; incrementação de produtos de grande valor acrescentado primordial; subcontratar cedendo margens por exemplo; e são fundamentais “as pessoas” – uma equipa de sonho aumenta os ganhos descontroladamente; agregado ao crescimento com ponderação e foco no dinheiro. Na actualidade a aposta dá merecimento a produtos e restringe um pouco a aplicação a serviços. Um facto, Portugal ainda tem poucas patentes. Existem diferentes financiamentos em escala de alto a baixo risco com o tempo. A realidade é que há níveis estruturais nas fontes formais em que não é interessante o financiamento e muitas vezes tem de levar o aval da mãe ou o carro do pai para ter o aval em Portugal. Neste sentido, urge “tirar a incerteza sobre os projectos”.

Atestada a ideia desta “incerteza” porque a Dra. Maria Moura Oliveira é directa dizendo que o “local de morte” dos projectos é sem dúvida o financiamento. Os planos de financiamento tem etapas que percorrem o caminho desde a apresentação do projecto, estudo, decisão, acordo financeiro e desinvestimento, e é essencial a “propriedade intelectual regulada”. Nem sempre é fácil transmitir uma proposta de valor com resultados tangíveis. Há parcerias de sucesso Empresa – Universidade, por exemplo, a cerveja sem álcool em 2002 com a UNICER, ou com o Centro Tecnológico do Calçado entre outras. Por exemplo, Nelson Rocha, de 28 anos, vocacionado para conteúdos para televisão e Internet, com vários projectos no momento, entre eles o “Plano Geral Produções”, “Planeta Hóquei”, e outros sente dificuldade quanto ao financiamento seguro e rendimento sustentável, isto é, chegar ao fim do mês com autonomia monetária, e assim sendo tudo avançará mais lentamente.

Optimismo porque o IAPMEI, representado pela Dra. Ana Rosas, divulga algumas das iniciativas apoiadas que abrangem mais de 104 municípios do país e parcerias existentes com instituições diversas. Apresentou o Programa FINICIA, Eixos, plataformas existentes no país, formas de apoio e financiamentos. Por outro lado, os resultados nos últimos dois anos e meio foram criação de mais de 500 empresas e escrutinadas mais de 600 ideias. Pensemos todos em vir a ter mais acrescento eu, embora a selecção seja “apertada” pois existem “muitas formas de pensar sobre a mesma coisa” - refere.

Pois eu creio isso, no sentido imediato da minha abrangência no momento ter sido esta, a sua pode ser bem diferente e ainda bem! Muito informação foi revelada, muito bem expressa, empática, como já referi – muito útil - e também muito fica por dizer do que foi dito no integral da Conferência Internacional ICEI-GO. Adorei e parabéns a todos! A terminar, concluo que é bom tomarmos consciência de que há tipos de conhecimentos que podemos trabalhar desde gestão, marketing e outros para quando se tem as ideias aplicá-las; ficamos bem mais apetrechados com formação, é mais valia mesmo chegando ao fim e ver que não é aquilo que queremos ou não é aquilo que vamos fazer, aspecto referido por Florence Oliet (Biophase). Transversal em todo o empreendedorismo, inovação e criatividade associado a qualquer área é que há um patamar comum - a maior dificuldade: mudar mentalidades. A minha sugestão: seja empreendedor, inovador e criativo nas pequenas coisas da sua vida! Abertura thinkingcb recai em Emerson no pensamento «todo o homem que encontre me é superior em alguma coisa. E, neste particular, aprendo com ele.»

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quinta-feira, 17 de março de 2011

Ajudar as pessoas idosas

Joana Marques Vidal, presidente de uma ONG - no caso a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV - http://www.apav.pt/) é concisa e peremptória: "Está nas mãos de todos" ajudar os idosos e não permitir violências seja de que tipo for, no lar, em casa, na escola, nas instituições ou outros organismos ou na praça pública.
O Ano Internacional das Pessoas Idosas foi em 1999 e muito se fez mas muito ainda há a fazer; a sensibilização foi trazida para haste pública e agora é cada vez mais debatida no meio social. Na televisão podemos ver os inúmeros cenários negativos... atrocidades cometidos por pessoas sem escrúpulos, insensíveis aos idosos e às suas limitações quotidianas. Vão desde os roubos, a negligência, a fome, os maus-tratos, o racismo, o desprezo de estatuto, a violência, ou outra singularidade imediata.
A APAV em sintonia com toda a Europa (não é o caso único o nosso país) vê a realidade da exposição a maus-tratos dos idosos e dedica atenção redobrada ao desafio. Especializa a sua intervenção, desenvolve formação com profissionais e voluntários e lança campanhas de alerta para toda a comunidade, fundamental no combate ao mal-estar dos idosos. Cada vez mais estas questões têm maior visibilidade e consciencialização devido às já "velhas" (como eu lhes chamo) questões de envelhecimento da população portuguesa.
As pessoas idosas são deixadas de lado pela sociedade cada vez mais assoberbada pelo trabalho, indicadores económicos e conjecturas políticas e familiares. Os prestadores de cuidados nem sempre têm a paciência para lhes dedicar a atenção e apoio de que necessitam. São deixadas sozinhas e vulneráveis aos outros indivíduos da sociedade marginalizada e sem senso comum amistoso. Os hospitais têm muitos casos de não presença familiar e afectuosa. Muitas vezes só as férias resolvem o problema da solidão dos idosos, que aproveitam com o melhor regalo e empenho mediante as suas limitações.
Os idosos são poços de sabedoria com as suas histórias, crenças e cultura tradicional. Temos muito a aprender com eles. Não deixe os seus idosos passar por violência como refere Joana Vidal à Notícias Magazine. Seja um elo de cidadania, uma ponte de bem-estar equilibrado dos seus idosos. Faço-lhe um apelo: denuncie a violência contra os idosos! É um crime público. É um favor que faz a todos e contribui para uma sociedade de maior encontro entre as diferentes camadas etárias e sociais, porque todas elas sofrem a sua correspondente aplicação.
Em Nova York, ano de 2005, D. Celestino Migliore diz que a Santa Sé descreve as pessoas como "os gusrdiões da memória colectiva, tutores dos relacionamentos entre as gerações e transmissores dos valores autênticos que definiram a sua existência". Nós não devemos lembrar das pessoas idosas só quando precisamos delas, assim sendo são palavras vazias de conotação. As pessoas hoje vivem mais longamente pelo que é necessário reconsideração do seu papel na sociedade actual e seu desenvolvimento. "Por conseguinte, seria bom criar uma vasta gama de oportunidades para utilizar as potencialidades, as experiências e as capacidades de tais pessoas." Além do voluntariado e do trabalho, o apreço simples e continuado com a presença das famílias deve servir para evitar a estigmatização e a exclusão.
Saiba que a "Santa Sé oferece o seu apoio às pessoas idosas através de diversos programas de assistência. Actualmente, as agências e organizações católicas em todos os continentes cuidam dos idosos em mais de 13000 sedes, incluindo mais de 500 centros na África, 3000 nas Américas e 1400 na Ásia." Um gesto em favor da humanidade! Porque todos, ou quase todos, um dia seremos também idosos. Cuidem dos vossos "velhos" com carinho e atenção. Eles merecem! Não importa o seu trajecto, importa a sua essência. Bem hajam os nossos idosos!
Publicação: Jornal Notícias de Cambra, 15 Setembro 2008

2008 Ano Internacional da Batata

No presente ano a batata - o tubérculo pertencente à família das solanáceas - não agradou a todos na nossa região porque nem todos tiveram batatas grandes e numerosas como em anos anteriores. O cultivo da batata deste ano foi igual a tantos outros mas sem os mesmos resultados; semear as batatas cortadas com os grelos assumidos, colocar terra boa, regar e tratar contra as pestes ao longo do seu crescimento - tudo foi feito, porém muitas sementeiras ficaram "queimadas" devido a moléstia e desta vez não foram os escaravelhos! Porque falo de batatas? É verdade que têm uma flor belíssima que gosto... não é por isso! Saiba já!
O ano 2008 (e já no seu último trimestre) é o Ano Internacional da Batata e, deste modo reforça este alimento que viu o seu consumo aumentado em 4,5% nos últimos 10 anos, segundo dados da FAO - Organização para a Alimentação e Agricultura. Esta organização das Nações Unidas, fundada em 1945, faz esforços internacionais para anular a fome. Serve ambos os países - desenvolvidos e em desenvolvimento - age como um fórum neutro onde todas as nações se conhecem como iguais para negociar acordos e debater políticas. FAO é também uma fonte de informação e conhecimento que ajuda os países em desenvolvimento e países em transição a modernizarem-se, a melhorar as práticas na agricultura, silvicultura (cultura e conservação das florestas), pesca e a procurar boa nutrição para todos.
«A prioridade imediata é alimentar os famintos. Mas todo o esforço que é agora pedido à comunidade internacional não pode deixar de lado as questões estruturais: garantir que os mais pobres conseguem começar a produzir os seus próprios alimentos, investindo na agricultura nos países em desenvolvimento. Foi esta a mensagem deixada (...) pelas Nações Unidas, que criaram um gabinete de crise para fazer face à situação da crise alimentar. «Os responsáveis pela crise são vários: mais procura, sobretudo por parte da China e Índia, e quebras na oferta, tanto por maus anos agrícolas como pelo desvio de parte da produção para biocombustíveis. O cenário foi agravado por muita especulação e pela escalada do petróleo.»
Para o director-geral da FAO, Jacques Diouf «o aumento dos preços constituiria, segundo os fundamentos do mercado, um incentivo a que os agricultores aumentassem as suas produções. Mas em boa parte do planeta isto não está a acontecer. "Em muitos casos, faltam estradas, infra-estruturas, serviços de comunicação, acesso a tecnologias, investigação agrícola e um bom sistema de crédito e comercialização."»
A batata tem séculos. Tem origem na América na região de Andes, na fronteira entre a Bolívia e o Perú, sendo cultivada há mais de 7000 anos e consumida há mais de 8000 anos. Está na Europa desde o século XVI. É a terceira maior cultura utilizada como fonte de alimento no mundo, a seguir ao arroz e trigo.
No mercado há batatas para todos os tipos: para assar, fritar ou cozer. Há imensas (milhares) de variedades de batata; de casca vermelha temos, por exemplo, a désirée, kondor, romana; de casca amarela: kennebec, monalisa e spunta.
As batatas são ricas em hidratos de carbono, fazendo delas uma boa fonte de energia. A presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas, Alexandra Bento, ensina que o «cozer a batata com casca preserva os nutrientes, em especial os minerais. Se for um tubérculo novo, resguarda a vitamina C (...); é importante variar o menu, misturar diversos alimentos, legumes e verduras e carnes e peixes».
Com a crise na produção dos cereais a batata assumiu papel predominante este ano na ONU, através da FAO. Este organismo, dedicado á alimentação, quer que a «batata seja o alimento do futuro»! Inove dentro da tradição pois temos uma gastronomia rica em batata e já sabemos que comer masi do que as nossas necessidades engorda sempre. Faça bom uso da batata. Foi e ainda é a "estrela" deste ano. Divirta-se com ela na sua cozinha com criatividade.
Fontes:
http://www.patato2008.org/
http://www.fao.org/
http://www.correiomanha.pt/
http://pt.wikipedia.org/wiki/batata
http://www.confagri.pt/
Jornal Público (30 de Abril de 2008)
RTP2 - Programa Sociedade Civil - Tema: O Regresso da fome (6 de Maio de 2008).

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, Ano XVI, # 322, 15 Novembro 2008

Ano Europeu do Diálogo Intercultural 2008 - Juntos na diversidade

Vivemos 2008 não sendo apenas mais um ano mobilizador da sociedade civil, e, de sensibilização para a diversidade cultural dos cidadãos europeus. 2008 é o Ano Europeu do Diálogo Intercultural com o lema "Juntos na Diversidade".
Ao longo do ano qualquer um de nós, residente na União Europeia, e especialmente os jovens, são interpelados a explorar e a descobrir as riquezas da herança cultural e das diferentes tradições culturais.
O Ano Europeu do Diálogo Intercultural (2008) foi estabelecido pela Decisão n.º 1983/2006/EC do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Dezembro de 2006. O seu intuito é "perante os alargamentos sucessivos da União Europeia (UE) e a maior mobilidade de cidadãos" sensibilizar e promover o sector cultural favorecendo uma gestão da diversidade cultural, ao nível de cada indivíduo. É essencial a contribuição de todos os Estados-Membros para o desenvolvimento das culturas.
A raiz desta iniciativa está na "Decisão n.º 1904/2006/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006, que institui, para o período "Europa para os cidadãos", destinado a promover a cidadania europeia activa. (...) A decisão propõe que se criem as condições de uma aproximação entre os cidadãos europeus e que se aumente o sentimento de identidade europeia. (...) Destina-se  a fomentar a cooperação entre os cidadãos e as organizações de cidadãos de diferentes países na perspectiva de os mesmos se encontrarem e agirem juntos num ambiente europeu que respeite a sua diversidade."
O Ano Europeu do Diálogo Intercultural começou com o evento de abertura nos dias 7 e 8 de Janeiro de 2008 a nível comunitário; preparado pela Eslovénia a presidir à EU em cooperação com a Comissão Europeia. O evento também foi a cerimónia de abertura onde a Eslovénia assumiu a Presidência da União Europeia durante este primeiro semestre de 2008.
Os anos europeus temáticos são um incentivo à proliferação de ideias. As mensagens-chave do diálogo intercultural visam o entendimento mútuo e melhor convívio, a exploração dos benefícios da diversidade cultural, o encorajamento de uma cidadania europeia activa e o sentimento de pertença à Europa. Estamos num "espaço" - a Europa - onde domina cada vez mais a diversidade cultural. «O alargamento, a livre circulação de trabalhadores e a globalização, alargaram o carácter multicultural de muitos países - número de línguas, religiões, etnias e culturas.»
Saiba mais... conheça as iniciativas e eventos portugueses e outros, no site http://www.aedi2008.pt/. Vale a pena . Participe!

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, 15 abril 2008, p. 3

Brincar

Na minha opinião é importante as crianças brincarem. Brincar é essencial para a sua aprendizagem. Não é inútil a brincadeira na escola, como afirmam alguns pais. Dizem até que os filhos, só vão para lá brincar e não estão a aprender nada.
Estes conceitos estão errados. Brincar é aprender, com directivas apropriadas dos educadores para ainda maior sucesso.
A criança deseja brincar para aprender o mundo que a rodeia, para experimentar as situações mais diversas, para se mexer e movimentar neste mundo com a finalidade de cada vez que brinca saber mais, criar estruturas mais fortes e elaboradas ao longo do seu crescimento - patamares para ir mais além no futuro.
Muitas vezes inibimos as crianças de brincar. Queremos tudo arrumado e limpo, e, cremos que isso será uma boa ajuda para o seu comportamento futuro. Mas, na verdade, estamos a travar o seu desenvolvimento infantil. Queremos pouco barulho e pouco movimento. Não estão quietos e até pensamos em "amarrá-los" às vezes nem que seja por breves instantes. Em grupo ainda são mais traquinas.
Por meio dos jogos e brincadeiras a criança testa as suas possibilidades físicas (correr, saltar, pular, gatinhar); sociais (as diversas profissões que imitam...); as suas habilidades; as regras; os efeitos do seu comportamento (perder, ganhar, levantar depois de uma queda); reconhecer o que é bom ou mau para próximas investidas; a aprendizagem da linguagem. Brincar tem potencialidades físicas e linguísticas.
A actividade de brincar com outras crianças conduz à compreensão de alguns princípios, tais como a partilha, a colaboração e competição, a liderança, a obediência às regras, entre outros.
As brincadeiras ajudam a solucionar dificuldades - ansiedades, conflitos, medos e angústias. A oportunidade de brincar permite melhor preparação emocional para controlo das suas emoções e atitudes no contexto social, tendo como consequ~encia resultados frutíferos ao longo da sua vida. Brincar permite "dar asas" aos sentimentos, auxiliar na reflexão situacional, ajuda a criar alternativas de conduta mais satisfatórias dos desejos da criança.
Hoje sabemos que os bébés que têm estímulos dos brinquedos e lhes tocam e interagem com eles (não ficam só a olhar) desenvolvem mais a inteligência e têm mais interesse pelo aprendido.
É preciso dar tempo de qualidade às nossas crianças. É preciso dar progressiva brincadeira. mais do que os brinquedos, valem os carinhos, as "festinhas", a atenção, as respostas aos seus porquês.
É preciso sensibilizar! nem todas têm acesso aos seus direitos.
Muitas crianças não sabem o que é brincar. Têm outras prioridades - trabalho, fome, guerra, doenças, ...
Torne o mundo melhor. Abrace as nossas crianças e as suas brincadeiras dirigidas. Brincar e Aprender andam de mãos dadas. Bom ano 2008!

Publicação. Jornal Notícias de Cambra, 15 Janeiro 2008, p.2

terça-feira, 15 de março de 2011

Marketing na Universidade de Aveiro

Decorreu no final do ano passado um encontro marcado com a ciência na Universidade de Aveiro. Tratou-se da Semana Aberta da Ciência e Tecnologia, onde entre muitas outras actividades teve lugar o Encontro Regional de Marketing, da responsabilidade do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial em colaboração com o Instituto Português de Administração de Marketing, ao qual assisti, só em parte, devido a outras iniciativas também relevantes do meu interesse. Todavia, já bastou para adquirir e complementar um lastro de ideias que para mim já não eram totalmente desconhecidas, visto já ter tido Marketing em outros contextos.
Para quem desconhece esta área de Marketing, uma definição muito concreta pode ser obtida rapidamente, por exemplo, na Wikipédia on-line - «Marketing é a actividade de ligar os produtores (ou produtores potenciais) de um produto ou serviço com os clientes, quer existentes ou potenciais. As técnicas de Marketing são aplicadas em todos os sistemas políticos e em muitos aspectos da vida. Os métodos de Marketing são objecto do estudo de várias ciências sociais, particularmente Psicologia, Sociologia, e Economia. A pesquisa de Marketing fundamenta estas actividades. Através da publicidade, também está relacionada com muitas das artes criativas.»
Algumas das ideias que ouvi e que acho muito pertinentes para transmissão (todas são pertinentes, claro depende do domínio em que nos colocamos, não à campo para tudo aqui, evidentemente) e que gostaria de deixar são as que se seguem.
Hoje em dia num mundo globalizado cada vez mais necessitamos de "inovação, tecnologia e diferenciação". temos de ter coisas que nos diferenciem. E, "não é uma moda é uma necessidade" a relação entre as empresas e a Universidade. Para as empresas são necessários hábitos de gestão moderna (não há nenhum padrão de gestão, tem de ser adaptado a cada caso), ideias, tecnologia, capacidade de resposta a novos desafios, requisitos ambientais, certificações, não basta produzir é preciso comercializar, criar novas competitividades, enfim, é a "batalha da globalização". Comprar camisas por 10€ ou 50€? A "marca" diz tudo! Acrescenta valor.
Quanto ao Marketing territorial, segundo a docente Sofia Gaio da Universidade Fernando Pessoa, ainda está numa "fase incipiente". destacou, como exemplos mais próximos de nós de marcas territoriais destacáveis, o Porto em 2004 com o slogam "Porto Feliz" (nacional), e barcelona e região da Catalunha (internacional). Defende que a marca é "factor nuclear de desenvolvimento das regiões". As cidades competem hoje entre si, estando a gestão de marcas territoriais ainda no início são necessárias "estratégias integradas". Quanto ao marketing-mix, refere que se deve "responder de forma proactiva" ou há "declínio". Como factores críticos de sucesso das sociedades inteligentes aponta (entre outros) a banda larga e os trabalhadores do conhecimento. As dificuldades estão na colaboração, na quantificação de objectivos e resultados e nas políticas globais e regionais. A marca requer estudo, deverá ser a "reflexão de incidência do produto no território tendo sempre presente a identidade", sendo esta a implicação substancial para a construção da imagem. Considera os Media como o "meio privilegiado de divulgar o espaço". Necessidade de "engenharia comunicacional", de construção de marca cooperativa visando chegar ao sucesso, apelativa e distinta da concorrência.
Quanto ao Marketing no Ensino, com o tema "brochuras", o doutorado em Marketing, Gonçalo Nuno Caetano Alves, entre muito outro currículo, coordenador da Área Científica de Marketing no IPAM de Aveiro, professor, e autor de alguns livros de entre os quais o Dicionário Português de Marketing, começa, depois de um início com gestos fantásticos, com o pensamento do guru Philip Kotler - "what did buyers find value in face-to-face".
Podemos ficar a saber que este tipo de marketing não se dirige só á captação do aluno. É necessário conhecer! proceder a uma segmentação, definir um posicionamento; ter presente a História, a Missão, os Objectivos Estratégicos, Instalações e Equipamentos, e Estrutura organizacional. Cada instituição possui o seu perfil e é conhecida por atributos como, "história" e "universidade" - Universidade de Coimbra; "científica" e "internacional" - Universidade Nova; «a Lusíada é a "Herança da Livre" onde o aluno é "mais académico"; entre outros. O Marketing no ensino tem em atenção muitos aspectos, alguns a saber: "o serviço de educar", "a intagibilidade da educação", "o marketing e os serviços"; "a utilização do marketing de serviços nas instituições de ensino"; "as preocupações dos formadores e educadores com o marketing". Todos somos "actores neste teatro de ensino". O aluno/cliente é o elemento fundamental.
Estes foram alguns dos pontos focados (aqui de uma forma muito reduzida e salpicada) na parte a que assisti com todo o interesse. Não é tudo, para terminar faço referência ao Marketing Experiencial relativo ao contexto educativo, com "a perspectiva dos alunos" da Escola Superior - Aveiro Norte da Universidade de Aveiro (em 2005 com 394 alunos - um «"nicho" orientado para as tecnologias") que deixou algumas expressões chave do seu trabalho: "+ participação e dinamização de eventos regionais e locais", "+ procura", "+ proximidade", "+ público", "+ universidade", "+ projecto", "+ interacção", "+ investigação", "+ partilha", "+ experiências", "+ emprego", "+ comunicação".

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, 15 Maio 2006, p. 2

domingo, 13 de março de 2011

Perfil educacional: o ambiente II

O contacto com a natureza é bom para a saúde do corpo e do espírito. Ambas influem no carácter, cuja formação é finalidade importante de todo o esforço educativo. Não é a mesma coisa consultar um livro cheio de imagens de animais e andar pelos campos e montes a ver os animais no seu habitat natural. Para isto são bons os passeios escolares bem organizados e dirigidos, para as crianças se exercitarem nas utilidades da vida. Todavia, não deixemos o cepticismo deles, relativamente à ciência, só os deixe ver com o telescópio. Queremos criar indivíduos que saibam que tudo no universo tem "peso, número e medida". A natureza faz brotar saúde e, ao mesmo instante, sabedoria.
Para quem as férias, substanciais ou não, passam pela praia ou praias fluviais tenham atenção "para três aspectos fulcrais: a limpeza do areal, a qualidade da água balnear e os cuidados com a exposição solar", refere Rosalina Grilo do Projecto Saúde na Praia, referido no Expresso a 26 de Junho de 2004. Acrescenta ainda que "a Câmara deve alertar para as potenciais consequências negativas para a saúde decorrentes da má qualidade da água de banho ou do areal". Todos devemos trabalhar em comum para atingir o fulcro. Não colocar papéis de gelados, paus de madeira, pontas de cigarros, caricas, entre muitas outras matérias para o chão; esclarecer quem se coloca ao sol inadequadamente (especialmente a horas contra-indicadas - das 12 às 16 horas - e sem protector), ou chamar a atenção de quem polui a água de qualquer forma é um grande passo em frente, para uma atmosfera mais limpa, apelativa e benéfica.
"Este é, sem dúvida, o desafio mais importante que abraçamos neste momento: o da dissociação entre o consumo de recursos naturais e o crescimento económico, pelo que é fundamental que se entenda, de uma vez por todas, que o crescimento económico e a protecção do ambiente são duas faces da mesma moeda", conclui José Eduardo Martins, no Anuário Forum Ambiente 2004. Podemos começar em casa separando o lixo e, depois, colocá-lo nos ecopontos respectivos (azul: cartão e papel; verde: embalagens de vidro; vermelho: pilhas; amarelo: embalagens de metal e plástico).
Com a separação do lixo não acumulamos tanto lixo em lixeiras e reciclamos mais, transformando o inútil em matéria-prima útil. Podemos, também, poupar mais a energia e fazer uso de materiais reciclados.
As actividades que podemos promover para uma cidadania ambiental activa são inúmeras, basta pensar em tudo o que nos rodeia para ver a longitude deste objectivo incomensurável. Deixo uma lista sustentável de sugestões: visitar exposições diversificadas (de pintura, artesanato, fotografias sobre o património natural), visitar ateliers, workshops, espaços arquitectónicos, quintas, animais (ver, conhecer, alimentar, tocar), aldeias, jardins, parques (infantis, de merendas, outros), biblioteca/mediateca (com livros e material informático de livre acesso para aceder aos temas ligados ao ambiente, natureza e ciência). Fazer passeios de Verão - à descoberta de lugares e paisagens além Caima - caminhos de terras, atravessar ribeiras, transpor pequenos obstáculos, trajectos cortamato, praisas fluviais.
Fazer percursos (pedestres, BTT) em família (para observar a fauna e flora, da água, do ar e da natureza envolvente); caminhadas nas barragens, á beira-mar e passeios pedonais nas zonas reabilitadas dos rios; jogos tradicionais (jogo das malhas, bola, caçadas, cartas, didácticos, jogos de praia, e outros). participar em actividades nocturnas de festas populares, gastronomia, teatro, cinema ao ar livre, desporto, festivais de dança, concertos, etc..
Como diz Nicolau Santos no suplemento Economia & Internacional do Expresso (31 Julho 2004), "há, pois, que colocar o ambiente como uma questão de cidadania". Não faltam ideias para desenvolver o sentido cívico pelo ambiente pelo qual devemos ter total estima e consideração, pois dele depende a nossa sobrevivência na Terra. pense especialmente em si, na sua qualidade ambiental de vida. Viva bem.

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, 30 de Setembro de 2004, p. 4

Perfil educacional: o ambiente

Quando falamos de ambiente podemos estar a falar de muitas situações, por exemplo, do ambiente agradável que se tem ao ouvir uma música de Andrea Bocelli ou mesmo da ambiência saborosa que se vive durante uma simpática conversa. Nestes dois casos estamos e falar do envolvente ou do que nos cerca, "que é relativo ao meio físico, social ou moral que se vive; que diz respeito ao ar ou às circunstâncias que rodeiam os seres vivos". Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, a definição de meio vai mais além, com uma segunda definição estruturada, seguinte: "conjunto de condições físicas, químicas e biológicas susceptíveis de agir sobre uma determinada população animal, vegetal ou humana; (...) Meio físico que envolve alguém ou alguma coisa (...) Atmosfera que envolve uma pessoa num determinado local. (...) Circunstâncias sociais, intelectuais, morais, emocionais... que envolvem uma pessoa e que a podem influenciar ou determinar o seu comportamento". Ah! Uma simples palavra... cheia de definições próprias, individualizadas ou colectivas.
Um "ambiente" paradoxal natural é o que se pretende com esta introdução. Todos temos uma definição de ambiente e sabemos que o ambiente é simples versus complexo e multifacetado. Vejamos a definição de ambiente dada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 38/95 de 21 de Abril: "... um sistema que engloba os recursos naturais, a qualidade dos factores do ambiente, os processos e os riscos ambientais, o que permite incluir a conservação da natureza (no sentido lato de uso racional dos recursos), o património natural, a paisagem e os processos de erosão e a desertificação, bem como as relações entre os vários componentes do sistema". (http://qualidadeonline.com/www.ambiente/vocabulario.html).
A Revista Forum Ambiente (n.º 88) lança três vectores para "veicular três mensagens imprescindíveis: precisamos de animais e das plantas para viver; não podemos sobreviver sem água; temos de deter a poluição". São três pilares essenciais para a nossa sobrevivência que podem ser vistos de variados aspectos. Em primeiro lugar, uma boa acção é estimar as plantas ou animais visto que os incêndios, a caça abusiva e a destruição da floresta atentam contra a vida e o habitat natural. Por exemplo, o lobo ibérico está em vias de extinção. Em segundo lugar, indispensável a todas as formas de vida, poupar a água doce, porque é um bem escasso no planeta; o homem tem detonado rios e riachos (esgotos a céu aberto) e oceanos (derrame de crude) com as suas obras. A Directiva Quadro Comunitário da Água apela à protecção de todo o género de águas "- rios, lagos, águas costeiras e águas subterrâneas". (http:dqa.inag.pt/dqa2002/pdf/brochure_DQA.pdf). Por último, a poluição de uma forma geral mas "nos últimos anos, acumulou-se um conjunto de queixas, denúncias e evidências estatísticas que apontavam todas no mesmo sentido: a poluição atmosférica constitui um problema grave e a agravar-se. A informação ainda é infelizmente pouco conhecida, mas trata-se de um problema ambiental, legal e de saúde pública", refere Luísa Schmidt, na Revista Única de 26 de Junho.
Temos um Programa Operacional do Ambiente (POA) 2000-2006 em execução, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Estrutural e Regional (FEDER): "As acções a apoiar através deste Programa operacional integram-se fundamentalmente na requalificação, valorização e promoção dos recursos ambientais do território continental português, na melhoria das infraestruturas de informação e gestão ambiental, na melhoria da monitorização do estado do ambiente, na melhoria do ambiente urbano e no reforço do factor protecção do ambiente nas actividades económicas e sociais". Diz o então secretário de estado do Ambiente, José Eduardo Martins, que "em matéria de Educação Ambiental é estratégia de fundo do Ministério (...) fomentar uma cidadania activa, abrangendo as diversas faixas etárias e extractos sociais da população, conferindo-lhes ferramentas cognitivas para a compreensão e acção nos campos de intervenção ambiental e social". O mais importante de tudo isto é a sensibilização de cada indivíduo para a participação activa.
Na televisão já não faltam programas para a sensibilização a favor de um ambiente melhor. temos dois programas ambientais da responsabilidade da Sociedade Ponto Verde, a saber: "Ponto Verde" que é transmitido na RTP2 de segunda a sexta, pelas 19h25 (passa um compacto deste programa ao domingo, às 14 horas, que tem uma entrevista a um convidado). E o "Ponto por Ponto", na TVI, às 10 horas, todos os dias.
Não perca a oportunidade de aprender mais umas utilidades da vida ambiental para o tornar melhor para si e para os outros. Participe na sensibilização da população para as causas e consequências ambientais.

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, 15 de Setembro de 2004, p. 5

Perfil educacional - a televisão

A era das novas tecnologias trouxe a todos um manancial de conhecimento, divertimento e muitas emoções. São as consolas, o computador, o vídeo, o dvd, a televisão, etc.. Elaborar trabalhos, pesquisar na Internet, utilizar o e-mail, consultar livros e programas de toda a espécie com um computador, assistir a um documentário, ver um programa cultural, escutar e ver o vídeoclip de uma boa música, olhar os traços arquitectónicos de uma cidade e ouvir a sua história através de um ecrán, não só é muito difícil como é pensar a longo prazo. Mas, o seu excesso ou cúmulo traz problemas como o isolamento ou a não socialização.
Certo dia falava com uma amiga que tem uma criança e dizia que estava sossegada porque estava a ver televisão. Sem dúvida! Até os adultos não resistem a um bom televisor. Diz a pediatra Gloria de Gaetano que "as imagens rápidas e coloridas da televisão são difíceis de resistir". As crianças podem ser muito imaginativas ou independentes mas não conseguem fugir aos "efeitos estupidificadores da caixa". Durante o seu crescimento, elas precisam de se aborrecer. Não as poupemos demais do aborrecimento de não ter actividades para fazer. Assim desenvolvem uma imaginação rica e quando adultos "uma vida interior satisfatória".
O auxílio dos pais é fundamental para que a criança queira brincar com os amigos que a visita, e não ficar pasmada a ver televisão. Esta é uma forma de manter as crianças ocupadas, de passar tempo útil - se for bem organizado e activo - com a ajuda da selecção e crítica exterior, para que tenham bons modos referenciais, morais e de justiça. Ninguém duvida que a televisão é um poderoso meio de comunicação que possibilita ver os acontecimentos que decorrem em todo o mundo.
"Prevenir comportamentos violentos nas crianças pode ser tão simples como desligar a televisão" dizem investigadores da Califórnia acentuando que há vários estudos a relacionar a realidade da violência dos media com a agressividade das crianças. Da investigação feita com 225 crianças, em idade escolar e sendo observadas no recreio, conclui-se que as que viam menos televisão tinham procedimentos menos ofensivos e viam o mundo de uma forma mais positiva (http://saude.sapo.pt/gP90/235427.html).
Para este Verão prefira os passeios nos mais diversos locais de lazer, leituras relaxantes e animadas, organize jogos, dê oportunidade dos filhos mais velhos cuidar dos mais novos, pratique algum desporto ou actividades sugestivas... Seja criativo e ágil. De qualquer forma use bem o seu tempo e divirta-se com os seus filhos, familiares e amigos com ou sem televisão. A solução é ideal enquanto não se cai na rotina, passividade e vício. CB

"Milhares de pessoas que anseiam pela imortalidade não sabem o que fazer numa tarde de chuva". Susan Ertz

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, Ano XII, #228, 15 de Julho de 2004

Perfil de valores: a verdade

O valor que hoje questiono na comunicação quotidiana é a verdade. Podemos pensar nela como pensa um Grande Dicionário da Língua Portuguesa da Bertrand: a "qualidade pela qual as coisas se apresentam tais quais são"; "realidade, coisa verdadeira"; "sinceridade"; "opinião conforme à realidade: dizer a verdade"; "princípio exacto"; "representação fiel de alguma coisa que exista em a natureza"; "carácter". Todavia, podemos ir muito mais longe nas nossas ideias.
O jornalista transmite os factos das notícias que revela. O cidadão comum expressa a sua opinião assumida. No entanto, quando o jornalista é apenas um cidadão comum como jornalista o que acontece? Poderá transmitir opiniões pessoais em vez de se reportar só aos factos da notícia? Poderá fazer miscelânea entre a notícia e a opinião pessoal? Não respondo, pois o meu capricho neste instante é apelar para a reflexão de bom senso do leitor.
A realidade está nas expressões populares que pronunciamos: "o mundo é dos espertos!" e "quem diz a verdade não merece castigo"! Recentemente li o romance "Sei lá" de Margarida Rebelo Pinto e, neste contexto, a certa altura António (um pintor de 70 anos) diz a Madalena. "- Nunca subestimes a capacidade humana para aceitar uma confissão sincera". De facto, isto é profundo.
Esconder a verdade não é uma boa filosofia, especialmente a nível empresarial. Um cliente não deve ser enganado pois o resultado são reclamações e, no final, a consequência será a sua perda. Na Revista Exame de 30 de Maio de 2003, Fredy Vinagre refere que "custa pelo menos 5 vezes mais obter um novo cliente, do que manter um já existente". Na verdade, aprender a lidar com as reclamações sem invenções é um bom trunfo.
O engano não é bom. Porque aniquila a confiança na comunicação (e cada um de nós tem necessidade de comunicar para conduzir a sua vida diária em sociedade) e também coloca as pessoas viradas umas contra as outras. Pode dizer-se, "a mentira tem pernas curtas"! na prática, a fidelidade à verdade é como o queijo de pasta dura cozida - tem muitos buracos de tamanhos diferentes. Distanciamo-nos muito da unanimidade de opinião, todavia, não deixamos de ser pessoas bastante previsíveis; porque possuímos determinadas fidelidades inculcadas ao longo do nosso crescimento.
A verdade revela-se nas atitudes, nos hábitos, nas opiniões, no respeito, na transquilidade de espírito, no ser saudável por si mesmo, nos afectos, nas tarefas diárias, nos tempos livres e, acima de tudo, naquilo que eu mais prezo: a minha liberdade. Não perca a sua verdade, procure-a sempre, lute pela ecologia interpessoal nutrida pela verdade. e como diz a Sra. Ivone Pinho Rodrigues, num dos seus artigos a propósito do dia das mentiras, "parece mentira... Mas infelizmente, é a dura realidade!... " a verdade acima de tudo". CB

"Para conquistarmos algo na vida, não basta ter talento, não basta ter força, é preciso também viver um grande amor". Wolfgang Amadeus Mozart

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, Ano XII, #227, 30 de Junho de 2004

Que educação: o (des)emprego

O desemprego vem a disparar no país há algum tempo. São "números negros", "a falta de trabalho atinge mais de 400 mil portugueses. Desde Abril de 1998 que a lista de inscritos nos centros de emprego não registava um valor tão elevado", afirma a Revista Visão, n.º 51, de 27 de Fevereiro a 5 de Março de 2003. Estamos em clima de recessão e incertezas mas o ministro da Economia, Carlos Tavares, garante, em entrevista por escrito á Visão, que "estaremos preparados para crescer mais e melhor que a média europeia assim que a situação económica internacional melhorar". As estatísticas não enganam e traduzem a realidade da falta de trabalho nos mais diversos sectores. Desde há muito tempo, o ensino não foge a esse flagelo na sociedade actual. Note-se, ainda, que nas empresas de trabalho temporário - dirigidas para o recrutamento e selecção - nem mesmo actividades para indiferenciados aparecem facilmente. Com habilitações superiores o caso ainda piora. Pareceria mais fácil arranjar um trabalho de indiferenciados mas não é verdade. Empregar mão-de-obra com habilitações superiores não faz parte dos departamentos de pessoal ou dos recursos humanos das empresas. Certo ou errado? Aprendi que quanto mais estudos maior é a preponderância para a competição no mercado e sucesso da empresa; porém, os gestores nem sempre seguem essa máxima pela sua estranheza, remunerações solucionáveis ou qualquer outro factor aleatório.
Os empregadores não vêem com bons olhos a empregabilidade de pessoas com muitas habilitações em sectores como linhas de produção em série, por exemplo. Ainda há estranheza nesta situação e recusa de potenciais empregados que necessitam trabalhar e ficam, simplesmente, na gaveta ou em pastas de inscrições de candidatura e currículos.
Quem tem o seu trabalho quotidiano quase nem nota e passa ao lado desta realidade triste que se faz sentir entre muitas pessoas. Mas, a crise económica e de desemprego continuam instaladas na sociedade portuguesa e internacional. Como diz o jornal Público, de 19 de Março, Portugal está "mergulhado" numa "depressão económica" e assim continuará até novos ventos soprarem em novas direcções. O tempo é bom conselheiro e melhores tempos virão!

Publicação: Jornal Notícias de Cambra, Ano XI, #199, 31 de Março de 2003, p. 3