O Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) da Universidade de Aveiro promoveu a palestra «US government programs in energy efficiency and green energy», no dia 1 de Abril, pelas 11h00, no anfiteatro do departamento. A iniciativa contou com a presença do Embaixador dos Estados Unidos na Finlândia, Bruce Oreck. Foi uma acção recheada de números, gráficos e muitas reflexões humanistas com três palavras em destaque – “challenge”, “actions” e “risk”. As ideias são uma reflexão dos valores de quem os pensa. E, o caminho do sucesso para inventar o futuro é parar de inventar o presente porque já aqui está. O poder que todos temos na mão é o de inventar o futuro.
Mais do que os muitos dados numéricos interessantes e gráficos alusivos ao “the challenge” energético com foco comparativo no carvão e fósseis, no passado e hoje, coloca-se a questão permente “can´t we do better than that?”. Fazer melhor na energia dos edifícios, das estradas, na utilização racional de energia diária, com medidas – “actions”. Atendendo aos dados produção de petróleo, à exportação e consumo dele temos de pensar que é essencial transformar a nossa relação com a energia – que não é um desperdício mas segurança – porque ao ritmo que vamos no mundo as reservas tem de ser “inventadas”. Quanto ao “risk”: Não gostamos de tomar ou assumir riscos mas só tomando-os é que criamos o futuro. Como apresentado de Wayne Gretzky “you miss 100% of the shots you never take”.
Centrarmo-nos a olhar para os outros, para o Governo, para o lado, para o alheio ou à espera que “caía do céu”, como diz o povo, não nos leva a lado nenhum porque cada um de nós é que tem de olhar para si e criar. A analogia seguinte no âmbito do relacionamento com a energia (como tudo o que é dito anteriormente, que sem dúvida pode ser extrapolado para outras áreas) diz-nos que temos de criar o futuro que queremos. A analogia muito reflexiva do muito simpático Bruce Oreck, em forma de questão, é a seguinte: Tu não me deixas escolher o teu pequeno-almoço ou as cores da tua roupa, por exemplo, e deixas-me escolher o teu futuro? Parte de cada um de nós criar o futuro que quer na energia; especialmente com o uso de comportamentos eficientes e racionais energéticos. Mais ainda, “you are the change you are waiting not me”, ou, “would you rather fear the future or shape it?”. Assume riscos e tens o mundo que queres ter.
No debate, além da mobilidade eléctrica e sua relação ambiental e matérias-primas, das geopolíticas, das questões esclarecedoras ao exposto, ouvimos também na direcção do que temos de fazer. O que temos de fazer? Quando dizemos a outro “a culpa é tua” estamos a afastar-nos da nossa responsabilidade. As questões da energia e sensibilização são de todos e para todos. Quando temos uma questão que nos inspira em nós acabamos por inspirá-la à volta – esta é a melhor forma de comunicar as ideias energéticas e ambientais necessárias. Porque transformamos uns nos outros, na globalização.
A real transformação acontece consigo! O Governo pode abrir caminhos, estradas, ter regras, leis, … mas “the powers his yours if you have the power to transform people around”. Como Al Gore, apaixonado defensor e alerta de muitas questões energéticas na área, temos de tomar nas mãos as paixões que temos.
Apesar de se situar no dia 1 de Abril de 2011 – Dia das Mentiras – isto não é nenhum arco-íris falso, foi mesmo ouvido ao vivo e a cores, tendo como brilhante orador Bruce Oreck à frente de uma plateia enorme de alunos, professores e outros, de vários departamentos da Universidade de Aveiro e externos. Parabéns a todos pelo conhecimento, reflexões e verdades expostas.
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